Terça-feira, 26 de Novembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 31 de outubro de 2022
A Nasa, agência espacial dos Estados Unidos, divulgou imagens de uma cratera formada após um impacto de um meteoroide na superfície de Marte, que acabou revelando gelo abaixo da superfície do Planeta Vermelho. O material foi publicado no jornal científico Science.
De acordo com os cientistas, o tamanho da cavidade é 10 vezes maior do que as que costumam ser encontradas no planeta, e o meteoroide, provavelmente, tinha cerca de 5 a 12 metros de largura. As estimativas indicam que a cratera tenha 150 metros de diâmetro e 21 metros de profundidade (o equivalente a um prédio de aproximadamente sete andares). Parte do material ejetado pelo impacto voou até 37 quilômetros de distância, segundo a Nasa.
Além disso, o impacto gerou um tremor de magnitude 4. Segundo explicaram os pesquisadores, na Terra, isso equivale a um terremoto que poderia ser sentido, mas que não causaria muitos danos, porém Marte é um planeta com pouca atividade sísmica.
A agência conseguiu, então, captar os dados sísmicos com o lander InSight e captar imagens do local do impacto com um satélite. Os cientistas consideram um registro raro, que pode ser visto novamente apenas em “décadas ou gerações”.
A queda do meteoroide aconteceu em 24 de dezembro de 2021, mas os dados foram divulgados para o público nesta quinta. Os cientistas localizaram a cratera em fevereiro deste ano, e classificaram o impacto como um dos maiores desde que começaram a explorar Marte.
Conforme explicou a Nasa em coletiva de imprensa, esses corpos celestes atingem o planeta “o tempo inteiro”, mas um evento do tamanho ao registrado neste caso é algo raro.
Gelo na superfície
Os pesquisadores mostraram empolgação com a revelação de gelo após o impacto. Eles destacaram que já encontraram a água congelada outras vezes, mas o fato de o meteoroide ter “escavado” mais da superfície é animador. Além disso, foi o local mais próximo da “linha do Equador” de Marte em que foi encontrado gelo.
Segundo destacaram os pesquisadores, além de informações sobre o planeta, essa descoberta é importante para planejamento de exploração espacial, podendo ser, futuramente, até utilizado por astronautas, sendo transformado em água, oxigênio, entre outros elementos.
Durante a coletiva, os cientistas foram perguntados se o gelo não teria sido levado pelo meteoroide. Eles explicaram que as evidências indicam que, pela grandeza do impacto, não é esperado que muito material do corpo celeste “sobrasse” na superfície.
Fim da missão InSight
O robô na superfície que captou o impacto do meteoroide faz parte da missão InSight. Ela foi lançada em 5 de maio de 2018 e pousou no Planeta Vermelho em 26 de novembro do mesmo ano.
Porém, após quatro anos, a exploração está perto do fim. Devido ao acúmulo de poeira nos painéis solares, o robô está com dificuldades de operar, ficando o máximo de tempo possível inoperante para guardar energia.
Os cientistas da Nasa estimam que entre quatro e oito semanas não haverá mais energia suficiente para que ele permaneça ligado. Ainda assim, classificaram a missão como um “imenso sucesso”, que ultrapassou desafios como o próprio solo do planeta.
Desde o pouso em novembro de 2018, o InSight detectou 1.318 atividades sísmicas, incluindo várias causadas por impactos de meteoroides menores.
No Ar: Pampa Na Madrugada