Quinta-feira, 28 de Novembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 7 de dezembro de 2021
A Nasa (a agência espacial norte-americana) anunciou em parceria com a ESA (Agência Espacial Europeia) um estudo que irá pagar 11 mil euros (cerca de 70 mil reais) para quem estiver disposto a ficar deitado de cabeça para baixo durante dois meses inteiros. O voluntário terá que ficar deitado e realizar todas as suas tarefas – banho, alimentação e, claro, o sono – com o corpo inclinado ao contrário.
De acordo com um comunicado da Nasa, a ideia é entender melhor quais são os efeitos dessa posição no corpo humano. Segundo os pesquisadores, é importante saber isso para missões com astronautas.
Em um comunicado oficial, a agência espacial norte-americana explica que os voluntários “devem comer, fazer exercícios e até mesmo tomar banho de cabeça baixa. Isso faz com que seus corpos se adaptem como se estivessem no espaço. Eles são monitorados continuamente para que os pesquisadores entendam como seus corpos mudam e por quê. Os resultados permitem o desenvolvimento de medidas que ajudarão os astronautas em missões espaciais, bem como as pessoas acamadas na Terra”.
A Nasa alerta que ficar deitado por dois meses não é nada fácil. “Passar muitos dias na cama pode parecer ótimo, mas a maioria dos participantes concorda que o tédio se instala rapidamente. A rotina diária – tomar banho, vestir-se, comer, fazer exercícios – leva muito tempo quando você não consegue ficar de pé (…) Os participantes são incentivados a definir uma meta, como aprender um novo idioma ou fazer uma aula online. A família e os amigos podem fazer visitas, o que pode ser uma distração bem-vinda”, explica a agência.
Recorde mundial
Um experimento realizado pela Nasa, que consistia em cultivar e colher pimentas no espaço, quebrou o recorde mundial por alimentar mais astronautas com uma safra cultivada no espaço. Além disso, foi o experimento com plantas mais longo já realizado na Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês).
Chamado de “Plant Habitat-04” (ou PH-04), o teste tem como objetivo aumentar o conhecimento sobre o cultivo de alimentos para missões espaciais longas. Segundo a Nasa, ele é um dos experimentos com plantas mais complexos já realizados na ISS, por conta da longa germinação e do tempo de crescimento das pimentas.
O estudo começou escolhendo as pimentas certas. Pesquisadores da Nasa passaram dois anos avaliando mais de vinte variedades de pimenta de todo o mundo, para entender qual poderia se dar melhor no ambiente controlado de cultivo que iria para o espaço. A escolhida foi a “Española Improved”, um híbrido desenvolvido pela Universidade Estadual do Novo México que combina duas variedades (a “Hatch Sandia” e a “Española”).
Ao todo, 48 sementes foram plantadas em um dispositivo chamado “carregador científico” contendo argila para o crescimento de raízes e fertilizante de liberação controlada para pimentas. O dispositivo foi enviado para a ISS no início de junho, em uma missão de reabastecimento de carga operada pela SpaceX. Ao chegar à Estação Espacial Internacional, o aparelho foi encaixado na APH (Advanced Plant Habitat), a maior das três câmaras de crescimento de plantas a bordo do laboratório da estação, que tem uma série de sensores para monitorar o crescimento das plantas.
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