Sábado, 23 de Novembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 1 de janeiro de 2022
Faz pouco mais de um mês desde que a missão DART (teste de redirecionamento de asteroide duplo, em português) foi lançada em direção ao sistema binário de asteroides Didymos e Dimorphos. DART capturou suas primeiras imagens três semanas atrás, um marco operacional importante considerando que a espaçonave se aproxima de uma colisão com Dimorphos.
O objetivo da missão DART é testar uma antiga questão da NASA: se a humanidade é capaz de desviar um asteroide para impedir que ele atinja a Terra. Nem Didymos e nem Dimorphos ameaçam a humanidade, mas sua passagem (relativamente) próxima da Terra os torna bons alvos para testes. É melhor checar se conseguimos mudar a rota de um asteroide antes de precisarmos mudar a rota de um asteroide.
Vale lembrar que foi o impacto de um asteroide com a Terra que culminou na extinção dos dinossauros. A NASA rastreia muitos objetos celestes que se aproximam do nosso planeta: eles são chamados de Objetos Próximos da Terra (NEO, na sigla em inglês). Nenhum deles está atualmente em rota de colisão com a Terra. Aliás, quando você vir manchetes alertando sobre esses objetos perto de nós, não se preocupe: “perto” em termos cósmicos costuma não ser tão perto assim. A DART vai colidir com Dimorphos a uma distância de 11 milhões de quilômetros da Terra em setembro de 2022, se tudo correr como planejado.
A imagem foi tirada quando a DART estava a cerca de 3 milhões de quilômetros da Terra usando a câmera telescópica DRACO da espaçonave. Pode parecer apenas uma escuridão granulada, mas a foto mostra cerca de uma dúzia de estrelas, de acordo com este comunicado da Universidade Johns Hopkins, dos EUA. A área mostrada na imagem fica próxima do local onde as constelações de Áries e Touro se misturam.
O DRACO não é o único instrumento à bordo da DART: a espaçonave também carrega um pequeno satélite que deve ser lançado 10 dias antes de sua chegada ao sistema Didymos. A câmera tirou outra foto três dias antes da primeira, flagrando a Messier 38, um aglomerado de estrelas a cerca de 4,2 mil anos-luz da Terra.
À medida que a DART segue seu rumo, o DRACO continuará capturando imagens pelo caminho para ajudar a equipe da DART a entender melhor qualquer imperfeição ótica e calibrar o brilho. Essas são informações úteis para que seja feita a última sessão de fotos da missão, que deve ocorrer daqui nove meses.
Impactando ou não a órbita de Dimorphos, a colisão da DART também vai demonstrar a capacidade da espaçonave em navegar de maneira anônima e impactar um asteroide. Felizmente, não vamos precisar de uma missão real do tipo tão cedo.
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