Segunda-feira, 13 de Janeiro de 2025

Home Saúde Nem todo aneurisma é cerebral; conheça outros tipos

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Quando falamos em aneurisma, a primeira associação que fazemos geralmente é com os problemas nas artérias intracranianas – o aneurisma cerebral. No entanto, o episódio não ocorre apenas no cérebro, mas também na aorta torácica e aorta abdominal. Esse último, inclusive, está entre os de maior incidência na população mundial. Porém, boa parte das pessoas desconhece a condição, em razão da ausência dos sintomas.

A aorta é a principal artéria do corpo e é responsável pela distribuição de sangue para todos os órgãos e membros. Dela, se originam os vasos circulatórios que irrigam o cérebro, os órgãos do abdome, braços e pernas. O aneurisma de aorta acontece quando há uma dilatação desse vaso maior que 50% do seu diâmetro normal e com o passar do tempo, ele pode se romper causando uma grande hemorragia interna, levando à morte em até 90% dos casos.

Fatores de risco

O médico e especialista em cirurgia vascular, angiorradiologia e cirurgia endovascular, Dr. Marco Lourenço, fala sobre os principais fatores que impulsionam o desenvolvimento da doença. “O tabagismo, principalmente em conjunto com a hipertensão arterial e histórico familiar de aneurisma de aorta elevam as probabilidades. Quem tem o hábito de fumar, tem um risco em torno de sete vezes a mais de desenvolver a doença”, conta o profissional.

A relação da doença com o hábito de fumar não está relacionada apenas ao tabaco. O Dr. Marco Lourenço faz um importante alerta, principalmente para os que utilizam cigarros eletrônicos e acham que eles são inofensivos à saúde. “Não existe um trabalho que aponte essa correlação com a doença, mas é sabido que a exposição à nicotina, mesmo sendo utilizada por meio dos cigarros eletrônicos, pode influenciar no desenvolvimento e aparecimento de aneurisma de aorta”, destaca o especialista.

Outros fatores como sedentarismo, obesidade e colesterol alto não predispõem diretamente o desenvolvimento do aneurisma de aorta. No entanto, eles aceleram o envelhecimento da circulação, levando a diversos outros problemas.

Enquanto nos homens o aneurisma de aorta surge geralmente depois dos 60 anos, nas mulheres ocorre mais tarde, após 70 anos. Mas, apesar de tardio, o risco de ruptura no caso delas é maior. “Após a ruptura, os pacientes que conseguem chegar ao hospital acabam tendo um risco de 50% de falecer durante a cirurgia”, informa o especialista.

Tratamento

Para identificar a doença de forma precoce, é importante realizar avaliações periódicas com um cirurgião vascular, principalmente os grupos com fatores elevados de risco mencionados anteriormente. Se o aneurisma de aorta for detectado e não houver necessidade de uma intervenção naquele momento do diagnóstico, é necessário ter um acompanhamento a cada 6 meses para realizar uma ecografia vascular (Ecodoppler de aorta).

Não existe um medicamento específico para a doença. Após o diagnóstico positivo, o tratamento vai depender dos sintomas relacionados ao aneurisma, além de seu formato e diâmetro. Pode ser realizada uma cirurgia tradicional, ou por métodos menos invasivos, a chamada cirurgia endovascular, com implante de endopróteses.

“Hoje em dia os tratamentos dos aneurismas de aorta são muito menos arriscados, com técnicas seguras e com recuperação mais rápida para as atividades do dia a dia. Isto se dá ao fato de a tecnologia ter melhorado muito os dispositivos que corrigem os aneurismas”, explica o médico.

Mesmo com a correção do aneurisma pelos processos cirúrgicos, é preciso manter uma vigilância do tratamento para verificar se não há a ocorrência de algum problema com a endoprótese, ou prótese, e se outro aneurisma não poderá se desenvolver. Isso porque, quem tem aneurisma em um local, tem uma predisposição para desenvolver outros aneurismas em outras regiões do corpo.

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