Sexta-feira, 22 de Novembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 16 de abril de 2022
Se o que comemos é determinante para nossa saúde e longevidade, talvez a hora em que fazemos nossas refeições seja tão importante quanto: é isso que busca compreender a pesquisa liderada pelo neurobiólogo e geneticista nipo-estadunidense Joseph Takahashi, no que pode se confirmar como a mais nova grande descoberta no tema. Professor na University of Texas Southwestern Medical Center e cientista do Howard Hughes Medical Institute, Takahashi liderou as pesquisas que descobriram o primeiro gene que controla o relógio biológico em mamíferos, nos anos 90, e sugere que a confirmação poderá abrir portas para uma nova forma de nos relacionarmos com nossos relógios biológicos, com nossa alimentação, saúde e longevidade.
Em suma, somos o que comemos, mas possivelmente também quando comemos. De acordo com estudos liderados por Takahashi nos últimos anos, historicamente fatores como o intervalo entre refeições e o período do dia em que as realizamos foram pouco considerados como elementos determinantes nas pesquisas sobre longevidade. Os primeiros estudos com ratos, porém, revelaram que tal foco pode ser central: entre os animais colocados em dietas com consumo de calorias reduzido, somente aqueles que tiveram o momento de alimentação restrito ao período normalmente mais ativo do dia, mantendo-se sempre dentro do ciclo de alimentação e atividades regulares, foram os que de fato perderem peso, por exemplo.
Todos os ratos estudados recebiam uma mesma quantidade de calorias para consumo ao longo do estudo, que manteve como única variável o momento de ingestão dos alimentos, bem como variações no intervalo entre refeições. O respeito ao relógio biológico, portanto, pode ser uma chave fundamental para ajudar a desvendar ainda mais a relação entre nossa alimentação e a duração de nossas vidas: não “desrespeitar” o ritmo circadiano e sempre se alimentar ao longo de um período de 12 horas pode ser hábito chave para uma vida mais longeva e saudável.
“Será que a redução de calorias que melhora nossa saúde e longevidade, ou o ritmo de nossa alimentação? A resposta é provavelmente um equilíbrio entre as duas coisas”, afirmou Takahashi. “Nossos estudos preliminares sobre o intervalo da ingestão de calorias mostram que podemos estar diante de uma descoberta imensa. Se não somente as calorias afetam a extensão de nossas vidas, mas também o tempo de nossa alimentação for um fator crucial, então isso será revolucionário, e teremos que rever a forma como pensamos nossas restrições alimentares”, afirmou.
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