Quarta-feira, 08 de Janeiro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 9 de novembro de 2022
Encerrada a passagem pelo Brasil durante o seu último período de férias, em julho, Neymar avisou nas redes sociais que tinha “um trofeuzinho para buscar”. Ele fazia referência à taça da Copa do Mundo, que se tornou obsessão para o astro do Paris Saint-Germain. Passados os insucessos nos Mundiais de 2014 e 2018, ele espera liderar a seleção brasileira no Catar, de onde quer voltar hexacampeão.
O camisa 10 do Brasil se habituou a dizer que não lhe incomoda nunca ter alcançado o topo em premiações individuais, como Messi e Cristiano Ronaldo, por exemplo. O que lhe chateia é não ter tido sucesso, por ora, em Copas do Mundo.
Em 2010, Neymar poderia estar na África do Sul, mas Dunga preferiu não levar o então menino de 18 anos e seu parceiro, na época, Paulo Henrique Ganso. Em 2014, foi alijado de seu primeiro Mundial, no Brasil, em razão de uma dura entrada cometida pelo colombiano Camilo Zuniga nas quartas de final. A lesão nas costas o impediu de estar em campo no vexatório 7 a 1 imposto pela Alemanha.
Quatro anos depois, já atleta do Paris Saint-Germain, o craque brasileiro jogou a Copa da Rússia com dores oriundas de uma ruptura dos ligamentos do tornozelo, sofrida com a fratura no quinto metatarso do pé direito, meses antes do torneio começar. Além disso, foi ridicularizado e virou alvo de gozações por ter se atirado no gramado repetidas vezes. Houve até quem tivesse contado quanto tempo, no total, o jogador passou deitado no chão durante a competição.
“Ele está querendo e está demonstrando”, comentou Cléber Xavier, auxiliar de Tite, em entrevista recente. “Os jogos que ele está fazendo, o nível em que ele está. Essa Copa é a oportunidade dele. Ele tem essa consciência e coloca isso em prática”.
Embora o Brasil não seja mais tão dependente de Neymar graças ao surgimento de jovens atacantes talentosos, como Vinicius Junior, Antony e Raphinha, o camisa 10 continua sendo o craque do elenco, capaz de decidir uma partida, e Tite sabe disso, tanto que deposita muita confiança em seu principal jogador. “O Neymar vê o que outros não conseguem ver. Ele consegue soluções. Ele antevê as jogadas”, analisou o treinador sobre seu camisa 10, confiante de que ele seja no Catar o protagonista que não foi na Rússia sob seu comando. “Pelo histórico dele, tem essa chancela, ele tem uma capacidade criativa impressionante”.
Havia na seleção uma orientação para que os atletas não se manifestassem sobre política. No entanto, Neymar ignorou essa diretriz e apoio publicamente Jair Bolsonaro (PL) na disputa contra Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que venceu o pleito.
Ele fez live com Bolsonaro, declarou voto no candidato que tentava a reeleição e apareceu na campanha do presidente, o que atrapalhou – mas não impediu – o plano da CBF de dissociar a camisa da seleção brasileira da política, já que ela e a bandeira do Brasil viraram símbolos apropriados pelo bolsonarismo. Neymar prometeu até mesmo comemorar gols em homenagem a Bolsonaro. Resta saber se, com o revés de seu candidato nas eleições presidenciais, vai cumprir a promessa.
No Ar: Pampa Na Madrugada