Sexta-feira, 27 de Dezembro de 2024

Home Economia Nova alta da Selic? Banco Central divulga sua visão sobre a economia

Compartilhe esta notícia:

O mercado de trabalho aquecido e a sustentabilidade fiscal do Brasil, além de incertezas sobre os Estados Unidos, motivaram o aumento da taxa básica de juros para 11,25%. A ata da reunião de novembro do Comitê de Política Monetária foi divulgada nesta terça-feira (12) pelo Banco Central (BC).

No Brasil, o mercado de trabalho segue muito aquecido, o que mantém a inflação do setor de serviços alta, pressionando o índice geral. Os membros do Copom também defendem medidas que reforcem o compromisso com as contas do governo, porque isso ajuda a estabilizar a expectativa sobre a inflação futura em torno de um valor previsível.

O professor e ex-presidente do Conselho Regional de Economia do Distrito Federal, José Luiz Pagnussat, diz que o pacote de cortes de gastos do governo pode ajudar nesse ponto.

“O tempo para a gente reverter esse déficit nesse ano e para 2025 está ficando apertado. Então esse esforço coordenado pelo Ministério da Fazenda e Ministério do Planejamento acho que pode ajudar a mudar as expectativas e, claro, reverter essa tendência de crescimento da inflação”.

O professor Pagnussat, explica que a ideia do BC é aumentar a taxa de juros para diminuir a inflação, mas a estratégia não tem funcionado.

“A gente tem pressão da inflação vindo principalmente de preços administrados, de alimentos, e isso não é impactado pela taxa de juros. Então não é uma boa política, não é uma boa estratégia, não é eficiente. Pode ser eficaz, mas matando é o paciente”.

A ata afirma que existe grande incerteza a atividade econômica americana, além de possíveis mudanças na condução da economia, com estímulos fiscais, restrições na oferta de trabalho e tarifas à importação. Medidas já anunciadas pelo presidente eleito Donald Trump.

Na semana passada, a autoridade monetária elevou a Selic em 0,50 ponto percentual, levando para o patamar de 11,25% ao ano. Os dirigentes do BC reforçaram no comunicado da reunião o impacto da política fiscal na trajetória da monetária. “A percepção dos agentes econômicos sobre o cenário fiscal tem afetado, de forma relevante, os preços de ativos e as expectativas dos agentes, especialmente o prêmio de risco e a taxa de câmbio”, afirmam.

Eles também mudaram suas expectativas para a inflação. A projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2024 passou de 4,3% para 4,6%, acima do teto da meta — de 4,5%. Já para 2025 e para o segundo trimestre de 2026, as apostas subiram para 3,9% e 3,6%, respectivamente.

O Comitê disse que o ritmo de ajustes futuros na taxa Selic e a magnitude total do ciclo seguem em aberto, levando em conta a inflação e os seus riscos. A inflação de outubro ficou acima do teto da meta de 4,5%. Além disso, os investidores ainda aguardam o pacote de corte de gastos do governo. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu que mais um ministério seja incluído no grupo que será afetado pelo pacote de contenção de gastos discutido pelo governo federal.

 

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Economia

Fechado desde a enchente de maio, Cais Embarcadero reabre em Porto Alegre
Russia nega que Putin tenha conversado com Trump após a eleição
Deixe seu comentário
Baixe o app da RÁDIO Pampa App Store Google Play

No Ar: Pampa News