Quarta-feira, 27 de Novembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 16 de janeiro de 2023
A exploração do espaço avança mais a cada dia e isso implica no desenvolvimento de ferramentas mais precisas e compactas. Uma equipe da Universidade de Maryland (EUA) desenvolveu um novo instrumento a laser compacto para as necessidades das missões espaciais da Nasa (agência espacial norte-americana) em busca de vida extraterrestre.
O mini-analisador a laser é bem menor e mais eficiente que suas versões anteriores e sua função é estudar amostras do espaço com potencial atividade biológica. O artigo foi publicado na revista Nature Astronomy.
Pesando apenas 7,7 quilos, o aparelho é a combinação de um laser ultravioleta pulsado e um analisador Orbitrap que fornece dados de alta resolução sobre a química dos fragmentos analisados.
Segundo o principal autor do artigo, Ricardo Arevalo, o Orbitrap foi originalmente montado para uso comercial, podendo ser encontrado em laboratórios de indústria farmacêutica, por exemplo. Mas seu peso era de quase 200 quilos. Oito anos depois, agora, seu tamanho pôde ser bastante reduzido sem perder a qualidade.
Por ser pequeno e possuir requisitos mínimos de energia, o mini-instrumento, também chamado de “Orbitrap LDMS”, pode ser guardado e mantido em cargas úteis para missões espaciais. Além disso, as análises são muito menos intrusivas, ou seja, menos propensas a contaminar ou danificar as amostras.
“A coisa boa sobre uma fonte de laser é que qualquer coisa que possa ser ionizada pode ser analisada. Se dispararmos nosso feixe de laser em uma amostra de gelo, devemos ser capazes de caracterizar a composição do gelo e ver bioassinaturas nele”, explicou Arevalo.
Ele complementa que a ferramenta tem uma resolução de massa e precisão tão altas que qualquer estrutura molecular ou química em uma amostra se torna muito mais identificável.
Emissões de carbono
Nas últimas décadas, a Nasa lançou uma série de missões espaciais com o objetivo de medir o progresso das mudanças climáticas na Terra. O que a agência espacial não esperava é o nível de detalhamento dos estudos feitos com seus dados. Cientistas conseguiram, com os dados dos instrumentos OCO-2 e OCO-3 (Orbiting Carbon Observatory 2 e 3), medições tão precisas quanto as coletadas na superfície.
Um estudo de pesquisadores dos Estados Unidos e Canadá conseguiu, com dados obtidos do espaço, medir pontualmente os gases da usina de energia que é a maior emissora na Europa, a usina de Belchatów, na Polônia.
Qual é a importância desse estudo
Quanto melhores forem os dados que coletamos sobre as emissões de gases estufa e poluentes na atmosfera, mais saberemos sobre o estado atual do aquecimento global e o que deve ser feito para revertê-lo.
Satélites são comumente usados para obter essas observações de forma remota, sem precisar de medições nos locais de estudo, mas o nível de detalhamento desses dados pode não ser tão preciso quanto dados coletados em campo. Isso se deve às limitações de resolução das imagens coletadas, por exemplo.
Os instrumentos do programa OCO não foram desenvolvidos para medir as emissões de fontes individuais, como é o caso da Usina de Belchatów. Os aparelhos foram lançados – em 2014 (OCO-2) e 2019 (OCO-3) – para gerar mapas da concentração de carbono na escala de cidades a continentes. A capacidade de medir fontes pontuais foi uma “agradável surpresa”, diz Abhishek Chatterjee, cientista da Nasa que integra a equipe que desenvolveu os satélites.
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