Quinta-feira, 26 de Dezembro de 2024

Home em foco O Brasil vai produzir um medicamento antiviral para tratar o coronavírus

Compartilhe esta notícia:

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) anunciou nesta quinta-feira (5) que assinou um acordo de cooperação com a farmacêutica MSD para a produção de um primeiro antiviral oral contra a covid.

O medicamento em questão é o Molnupiravir, aprovado para uso emergencial na última quarta-feira (4) pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A reguladora havia recebido o pedido de uso do antiviral fabricado pela Merck/MSD em novembro de 2021.

A Fiocruz será responsável pela armazenagem, administração, rotulagem, embalagem, testagem, liberação, importação e fornecimento do medicamento para o Sistema Única de Saúde (SUS).

“O acordo prevê ainda a condução de ensaios clínicos, em parceria com a farmacêutica, para eventual uso em profilaxia de covid, e o início de estudos experimentais de análise da atividade do medicamento em outros vírus também endêmicos no Brasil, como dengue e chikungunya”, informou a fundação nesta quinta.

O Molnupiravir também recebeu aprovação da Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos de Saúde (MHRA), do Reino Unido, da Agência Reguladora Europeia (EMA) e da FDA (Food and Drug Administration), reguladora dos Estados Unidos. O medicamento está em uso em 17 países, segundo a Fiocruz.

De acordo com Hugo Nisenbom, presidente da MSD no Brasil, a empresa estava “conversando” com a Fiocruz desde o início de 2021 sobre uma possível parceria.

“Estamos felizes de darmos este primeiro passo para garantir o acesso à população brasileira a um medicamento eficiente que reduz significativamente as hospitalizações e 89% de redução da mortalidade”, disse. “Agora, daremos seguimento para que a fundação possa atender à demanda do Ministério da Saúde o mais rápido possível”.

Segundo a Anvisa, o medicamento é indicado para adultos que não requerem oxigênio suplementar e que apresentam risco aumentado de progressão da doença para casos graves e e cujas opções alternativas de tratamento aprovadas ou autorizadas pela Anvisa não são acessíveis ou clinicamente adequadas.

O Molnupiravir, conhecido internacionalmente pelo nome comercial de Lagevrio, é um antiviral; atua impedindo a replicação do coronavírus.

Limitações

O medicamento é de uso adulto, com venda sob prescrição médica.

Seu uso não é recomendado durante a gravidez, a amamentação e em mulheres que podem engravidar e que não estão usando contraceptivos eficazes. Segundo a Anvisa, isso acontece porque estudos de laboratório em animais mostraram que altas doses do medicamento podem afetar o crescimento e o desenvolvimento do feto.

A Agência também esclarece que o medicamento é contraindicado para o uso por mais de cinco dias, para início do tratamento em pacientes que necessitam de hospitalização devido à covid e como forma de profilaxia pré-exposição ou pós-exposição ao SARS-CoV-2.

Ainda segundo a entidade regulatória, o medicamento deve ser usado após a avaliação e a prescrição médica e ele não substitui as vacinas contra a covid.

“Esse é um medicamento de aplicação bastante específica, que demandará monitorização constante e que, portanto, não se trata de nenhuma panaceia de uso amplo e irrestrito no caso da pandemia de covid-19, onde a vacina se impõe como carro-chefe”, afirmou o diretor-presidente da Agência, Antônio Barra Torres.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de em foco

Câmara aprova medida provisória que prorroga isenção de impostos sobre insumos usados em itens de exportação
Brasil retoma liderança do ranking mundial de juros reais
Deixe seu comentário
Baixe o app da RÁDIO Pampa App Store Google Play

No Ar: Pampa News