Quinta-feira, 26 de Dezembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 26 de dezembro de 2024
Num passado não muito distante, as famílias comemoravam com muito orgulho quando um filho passava no vestibular para medicina. Cartazes eram colocados nos muros e nas fachadas das residências anunciando as boas novas : “PARABÉNS CARLA, FUTURA MÉDICA”.
Era o coroamento de uma trajetória difícil , mas brilhante. A família expunha e reconhecia a meta alcançada pelo jovem. Era através de muito esforço e dedicação. Dias e noites concentrados no estudo. Era o vestibular mais concorrido. Ultrapassar este obstáculo era um atestado de qualificação. um certificado de distinção.
Nos dias atuais, este cenário mudou completamente. Hoje um aluno indeciso, sem muito interesse, com pouco estudo e sem esforço pode ingressar numa faculdade de medicina. Só é necessário uma condição familiar financeira boa que possa pagar dez mil reais por mês! Não precisa nem vestibular!
Até o ano 2000 o Brasil possuía uma centena de faculdades de medicina.
Hoje possuímos quase 400!
Noventa por cento das novas faculdades são privadas e visam somente o lucro. A maioria possui um corpo docente discutível. Muitas não tem hospital escola, nem microscópios, nem cadáveres. Um Grande número delas obteve autorização de funcionamento na justiça
Este cenário de desconstrução e de desmonte foi alimentado principalmente por 2 programas políticos governamentais de educação médica : “Mais médicos ” e “Universidade para todos”.
Eles visavam formação de mais médicos independentemente da sua qualificação.
A grande Porto Alegre está prestes a inaugurar a quinta faculdade de medicina: duas federais e 3 particulares.
Hoje o Brasil possui 600.000 médicos. Um índice de 2,81 médicos por mil habitantes. Em algumas capitais o índice alcança 17,8 médicos por mil habitantes!
Somos recordistas mundiais!
Entretanto, na saúde, a nossa desorganização é tão grande que a metade dos municípios gaúchos não tem maternidades!
Certamente não é por falta de médicos , pois temos excesso.
O que motivaria os profissionais a morar em pequenas cidades do interior são salários dignos e condições de trabalho adequadas.
Para piorar o cenário de uma universidade politizada e cercada de ideologia, agora estamos adotando cotas para ingresso na residência médica. E um retrocesso total Um absurdo, sem nenhuma lógica !
Priorizar o acesso à educação de grupos étnicos , historicamente marginalizados ,sempre será uma boa meta de qualquer governo.
Esta assertiva é válida no ensino fundamental e básico. Extrapolar para Universidade e para o pós graduação se torna uma ideia insensata que fere os princípios mínimos da democracia!
Por favor parem de desmontar a nossa medicina!
schwartsmann@gmail.com
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