Sexta-feira, 21 de Fevereiro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 20 de fevereiro de 2025
O grupo chinês Alibaba anunciou resultados de desempenho impressionantes com o lançamento de seu novo modelo de inteligência artificial, destacando o que chamou de ”desempenho líder mundial”. De acordo com dados divulgados no anúncio do Alibaba Cloud no WeChat, a edição aprimorada Qwen 2.5 Max obteve pontuações superiores às do Llama, da Meta, e do modelo V3 da startup chinesa de inteligência artificial DeepSeek em vários testes.
Junto com a Tencent e a Baidu, o Alibaba tem investido fortemente em sua divisão de serviços em nuvem e disputa acirradamente a adesão dos desenvolvedores de IA da China às suas ferramentas.
A DeepSeek, uma startup fundada na cidade natal do Alibaba, Hangzhou, tornou-se uma sensação global nesta semana e figura como a primeira referência contra a qual o Alibaba parece estar se comparando agora.
O Alibaba Cloud também compartilhou pontuações sugerindo que seu modelo de IA supera os da OpenAI e da Anthropic em certos benchmarks.
Provedores de serviços em nuvem como Alibaba e Tencent reduziram seus preços nos últimos meses na tentativa de atrair mais usuários. A DeepSeek já contribuiu para essa guerra de preços, junto com outras seis promissoras startups de IA da China que garantiram investimentos com avaliações de unicórnio.
O recente lançamento do modelo de raciocínio R1 da DeepSeek, fundada por Liang Wenfeng, um jovem entusiasta da tecnologia com experiência no mundo corporativo, surpreendeu os mercados, investidores e empresas de tecnologia no Vale do Silício.
Os modelos da startup chinesa, desenvolvidos com poucos recursos, alcançaram classificações elevadas e resultados comparáveis aos dos principais modelos desenvolvidos nos Estados Unidos, o que abalou a fé na liderança e na lucratividade dos EUA em inteligência artificial.
“Os investidores estão desconcertados com essa nova reviravolta dos acontecimentos e pelo [temor] de que as empresas americanas especializadas em IA percam influência”, resumiu à AFP Sam Stovall, da consultoria financeira CFRA.
Analistas e investidores acreditavam que a vantagem dos Estados Unidos no setor dos semicondutores e sua capacidade de limitar o acesso da China a esta tecnologia garantiria seu domínio da IA.
Direitos autorais
Depois de Sam Altman, CEO da OpenAI, elogiar os avanços da DeepSeek, a criadora do ChatGPT afirma ter encontrado evidências de uma possível violação de propriedade intelectual por parte da startup chinesa de inteligência artificial.
A OpenAI disse ao Financial Times que encontrou algumas evidências de “destilação”, que suspeita terem origem na DeepSeek. A “destilação”, prática comum na indústria, é, segundo o jornal britânico, utilizada por desenvolvedores para obter um melhor desempenho em modelos menores, aproveitando os resultados de modelos maiores e mais potentes, o que permite alcançar resultados semelhantes em determinadas tarefas a um custo bem menor.
A grande preocupação é de que a DeepSeek pudesse estar utilizando essa técnica para desenvolver seu próprio modelo de chatbot, o que violaria os termos de serviço da OpenAI, que determinam que os usuários não podem “copiar” nenhum de seus serviços nem “usá-los para desenvolver modelos que concorram com a OpenAI”.
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