Domingo, 22 de Dezembro de 2024

Home Colunistas O jovem quer empreender e o Brasil precisa ajudar

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Uma pesquisa recente revelou um dado que, ao mesmo tempo, surpreende e inspira: três em cada dez jovens brasileiros entre 18 e 27 anos têm como maior desejo profissional abrir seu próprio negócio. Jovens negros (31%) e pardos (32%) também são os mais interessados em ter o seu próprio negócio.

Esse anseio por autonomia e criação de novas possibilidades reflete uma transformação profunda na relação entre os jovens e o mercado de trabalho tradicional.

Cerca de 42% dos jovens atualmente empregados no regime CLT afirmam não querer permanecer nessa condição, optando por vislumbrar outras formas de trabalho. Essa tendência ressalta não apenas o desejo por maior liberdade, mas também a necessidade de um ambiente mais favorável à inovação e ao empreendedorismo.

Porém, empreender no Brasil está longe de ser um caminho fácil. Nosso país, com toda sua criatividade e resiliência, apresenta inúmeros entraves àqueles que buscam criar negócios: alta carga tributária, burocracia excessiva, falta de incentivos estruturais e de crédito acessível são apenas alguns dos desafios enfrentados pelos jovens empreendedores.

Apesar disso, os jovens brasileiros mostram ter algo essencial: espírito empreendedor e vontade de transformar. Essa postura visionária tem o potencial de transformar o Brasil em um verdadeiro hub de novas ideias e lideranças. O país já é reconhecido por seu talento criativo e pelo potencial inovador de sua juventude, mas, para que isso se concretize, é essencial que políticas públicas adequadas sejam implementadas.

Uma agenda comprometida com o estímulo ao empreendedorismo passa pela simplificação tributária, ampliação de crédito para pequenos negócios, programas de capacitação técnica e incentivos à formalização. O fortalecimento de redes de apoio e incubadoras de startups e pequenas empresas, especialmente nas periferias e nas áreas rurais, também pode ser decisivo para democratizar o acesso ao empreendedorismo.

Além disso, é indispensável valorizar a educação como ferramenta estratégica para formar uma nova geração de líderes e inovadores. Jovens com maior escolaridade demonstraram ser mais propensos a empreender, o que reforça a necessidade de investir em um ensino integral e técnico de qualidade, além de iniciativas que promovam o aprendizado contínuo.

Mesmo com o desemprego em baixa, o desejo de empreender reflete uma insatisfação com o modelo tradicional e uma busca por algo maior: a construção de um futuro mais próspero, libertador e moderno. Essa é a verdadeira força da juventude brasileira, que, com oportunidades certas e apoio necessário, pode liderar uma revolução no mercado de trabalho e transformar o Brasil em um país de referência para a inovação e a sustentabilidade econômica.

O futuro do trabalho está sendo moldado agora. Que possamos garantir que o sonho de empreender não seja sufocado por barreiras, mas impulsionado por um ambiente que reconheça e valorize o potencial dos nossos jovens.

* Guto Lopes, jornalista e comunicador

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