Domingo, 24 de Novembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 6 de outubro de 2022
O debate sobre maçonaria tomou conta da internet, depois que um vídeo do presidente Jair Bolsonaro (PL) em uma loja maçônica voltou a viralizar nas redes sociais. Desde então, este é o segundo assunto mais comentado entre usuários do Twitter. Em pouco mais de 24 horas, foram 1,12 milhão de publicações envolvendo o tema, liderando os trending topics. Dados do Google Trend em tempo real apontam um aumento repentino na procura pelo termo, a maior parte delas associada ao presidente.
Diferentemente do que muita gente pensa, a maçonaria não é uma religião. De acordo com a Grande Oriente do Brasil (GOB), a associação de lojas maçônicas mais antiga do país, trata-se de uma “instituição essencialmente filosófica, filantrópica, educativa e progressista” que tem o objetivo de “unir os homens entre si”. Já a Grande Loja Maçônica do Rio de Janeiro classifica a sociedade como “uma organização fraternal que tem como princípio básico o amor fraterno, a prática da caridade e a busca da verdade”.
Apesar disso, a temática gera controvérsias entre os cristãos. A Igreja Católica, por exemplo, já condenava a ligação entre católicos e maçons em 1884. Uma carta do Papa Leão XIII, disponível no site oficial do Vaticano até os dias de hoje, julga que “a seita da maçonaria mostra-se insolente e orgulhosa de seu sucesso, e parece que ela não colocará limites à sua pertinácia.”
O documento também destaca que “seus seguidores, ajuntados por perversos acordos e por conselhos secretos, ajudam-se uns aos outros, e excitam-se uns aos outros a uma audácia nas coisas malignas”. O presidente Jair Bolsonaro se considera católico.
Entre os protestantes, o envolvimento de pessoas evangélicas com a maçonaria também é visto com maus olhos. Figuras aliadas a Bolsonaro, como os pastores Silas Malafaia e André Valadão já se pronunciaram, anteriormente, em oposição ao grupo. Em pronunciamentos antigos, os dois já chegaram a dizer que cristãos não podem frequentar templos maçons.
Uma gravação, resgatada por internautas, mostra Malafaia afirmando que “a maçonaria não é para nós” e “que tem coisa que vale para qualquer pessoa, para o povo de Deus não presta.” Já Valadão, ao responder o questionamento de um seguidor no Instagram, disse que, em seu entender, “crente não pode frequentar a maçonaria”, porque “toda e qualquer filosofia de vida que não é baseada na palavra” deve ser frequentada por cristãos.
Princípios
Segundo a Grande Oriente Brasil, a maçonaria preza pela liberdade dos indivíduos e dos grupos humanos, “sejam eles instituições, raças, nações”. Os maçons também buscam a “igualdade de direitos e obrigações dos seres e grupos sem distinguir a religião, a raça ou nacionalidade”.
A maçonaria não é considerada uma religião, de acordo com a GOB, que destaca a prática maçônica como algo com o objetivo de “unir os homens entre si”. O grupo ressalta ser uma “união recíproca, no sentido mais amplo e elevado do termo, que admite em seu seio pessoas de todos os credos religiosos sem nenhuma distinção.”
A entidade aponta não se tratar de uma sociedade secreta, “pela simples razão de que sua existência é amplamente conhecida”. A GOB chama a atenção para o fato de que “os fins são amplamente difundidos em dicionários, enciclopédias, livros de história.” e “o único segredo que existe e não se conhece senão por meio do ingresso na instituição, são os meios para se reconhecer os maçons entre si, em qualquer parte do mundo e o modo de interpretar seus símbolos e os ensinamentos neles contidos.”
No Ar: Pampa Na Madrugada