Sexta-feira, 27 de Setembro de 2024

Home em foco O que é guerra total e por que Israel está atacando o Hezbollah: entenda o que está acontecendo no Oriente Médio

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“Uma guerra total não interessa a ninguém”, disse o presidente dos EUA, Joe Biden, à Assembleia Geral da ONU nessa terça-feira (24) sobre a escalada de tensões entre Israel e o grupo extremista libanês Hezbollah. Autoridades internacionais estão tentando evitar que os confrontos entre Israel e o Hezbollah evoluam para uma guerra total.

Nessa quarta (25), Biden disse ser possível que haja uma guerra total, mas que também dá para evitá-la. “Uma guerra total é possível, mas eu acho que há também uma oportunidade, e ainda estamos a tempo de ter um acordo que fundamentalmente pode mudar toda a região”, afirmou, durante uma entrevista à rede de TV norte-americana ABC.

Houve uma rápida escalada nas agressões entre israelenses e o grupo libanês após as explosões de pagers e de walkie-talkies de membros do grupo extremista no Líbano na semana passada.

Israel anunciou uma “nova fase da guerra” ao norte do país, região que faz fronteira com o Líbano, focada no Hezbollah. No final de semana, o grupo extremista declarou estar em “guerra indefinida” contra os israelenses.

Até o momento, os grupos trocam bombardeios entre o norte de Israel e o sul do Líbano, mas alguns dos ataques atingiram a capital Beirute.

O que é uma guerra total?

Uma guerra total, ou guerra generalizada, é um conflito armado em que dois adversários, que declaram guerra um contra o outro, mobilizam todos os seus recursos militares e civis em prol de uma vitória completa sobre o outro, o que pode afetar amplamente a sociedade e a economia das partes envolvidas.

Esse tipo de guerra geralmente envolve múltiplos fronts e pode incluir o uso de forças terrestres, aéreas e navais, além de operações cibernéticas e de inteligência.

Por que Israel está atacando o Hezbollah?

Israel diz que está atacando o Hezbollah porque o grupo libanês não permite que os cidadãos israelenses que moram ao norte do país, que faz fronteira com o Líbano, retornem às suas casas. Eles foram deslocados por bombardeios do Hezbollah em território israelense, que duram desde o ano passado.

Com isso, a “nova fase da guerra” anunciada pelo Exército israelense, e nomeada de “Operação Flechas do Norte”, busca fazer com que os combatentes do Hezbollah deixem as regiões ao sul do Líbano.

O Hezbollah prometeu continuar com os ataques contra Israel até que a guerra em Gaza termine.

Israel e Hezbollah estiveram em guerra antes? Quando e quantas vezes?

Sim, uma vez. O conflito mais notável entre eles ocorreu em 2006, no episódio conhecido como Guerra do Líbano. A guerra durou cerca de cinco semanas e resultou em significativas perdas humanas e materiais de ambos os lados.

O conflito foi desencadeado pelo sequestro de dois soldados israelenses por membros do Hezbollah. Para Israel, o episódio foi uma gota d’água das tensões que se desenrolavam desde 2000. O governo israelense decidiu lançar um ataque em território libanês, deixando quase 1.200 mortos, majoritariamente civis, e cerca de um milhão de deslocados só dentro do país vizinho.

Para além da Guerra do Líbano, confrontos e escaladas de violência de menor proporção ocorreram em diversos outros momentos.

O bombardeio israelense dessa segunda (23) marcou o dia mais sangrento no Líbano desde a guerra de 2006.

Qual seria o impacto de uma nova guerra total?

O medo é que uma nova guerra possa ser ainda pior do que a de 2006, que foi traumática o suficiente para ambos os lados servirem como dissuasão desde então.

Os combates naquela época mataram centenas de combatentes do Hezbollah e cerca de 1.100 civis libaneses, deixando grandes áreas do sul e até partes de Beirute em ruínas. Mais de 120 soldados israelenses foram mortos e centenas ficaram feridos. O fogo de mísseis do Hezbollah sobre cidades israelenses matou dezenas de civis.

Muitos temem que uma guerra total entre Israel e o Hezbollah desestabilize ainda mais o Oriente Médio, já abalado pelos combates em Gaza. Um novo conflito teria o potencial de arrastar outros países na região – grupos armados de outros países poderiam reforçar o Hezbollah – e até potências mundiais, como os Estados Unidos, aliado de Israel, e o Irã, aliado do Hezbollah. As informações são do G1.

 

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