Sexta-feira, 22 de Novembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 1 de junho de 2024
A covid ainda causa cerca de 200 mortes no Brasil a cada sete dias. Até o final de maio, o País havia registrado mais de 3,5 mil óbitos relacionados à infecção causada pelo Sars-CoV-2, o coronavírus por trás da pandemia.
Em 2021, o ano mais grave da crise sanitária, o Brasil teve 424 mil mortes por covid-19. Desde então, esses números caíram de forma dramática: foram 74 mil óbitos em 2022, 14 mil em 2023 e 3,5 mil nesses primeiros cinco meses de 2024.
A queda coincide com a chegada das vacinas a partir de 2021 e o aumento do número de pessoas que tomaram as doses preconizadas. “A vacinação foi a grande responsável por conseguirmos conter essa doença tão ameaçadora”, constata a infectologista Raquel Stucchi, professora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Os dados recém-divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua revelam que, no primeiro trimestre de 2023, 188,3 milhões de brasileiros haviam tomado pelo menos uma dose de vacina contra a covid-19. Isso representa 93,9% da população. Cerca de 11 milhões (ou 5,6% do total) declararam que não se imunizaram.
Passados mais de três anos desde que as primeiras doses que protegem contra o coronavírus começaram a chegar aos postos de saúde, muita coisa mudou. Alguns imunizantes — que foram essenciais para conter a pandemia — acabaram aposentados, por diferentes motivos.
As faixas da população que devem tomar reforços periódicos também sofreram uma série de ajustes. E ainda há um grande debate sobre quando e como as doses devem ser atualizadas para proteger contra as mais recentes variantes do coronavírus.
Imunizantes
Ao longo das campanhas de 2021 a 2023, o Brasil chegou a adotar quatro tipos diferentes de vacinas contra a covid: a CoronaVac (Sinovac/Butantan), a Comirnaty (Pfizer), a Vaxzevria (AstraZeneca/FioCruz) e a Jcovden (Janssen).
Mais recentemente, saíram de cena nos postos de saúde brasileiros: as vacinas CoronaVac, da AstraZeneca e da Janssen. Do grupo “original”, restaram as doses fabricadas pela Pfizer — que também passaram por atualizações para proteger contra as variantes do vírus.
Além delas, o país também começará a usar na atual campanha o imunizante Spikevax, produzido pela farmacêutica Moderna.
Há ainda uma terceira vacina recém-aprovada no Brasil: a Covovax, desenvolvida pelo laboratório Novavax e licenciada no país pela Zalika Farmacêutica. Por ora, não há previsão de quando ela será utilizada na rede pública de saúde brasileira.
Doses de reforço
Se anteriormente os imunizantes contra o coronavírus estavam disponíveis praticamente a todas as idades (com raríssimas exceções), agora eles serão priorizados a alguns públicos-alvo específicos.
Também há uma diferença na periodicidade de aplicação dos reforços. Alguns grupos precisarão receber uma dose por ano, enquanto outros devem tomar a injeção a cada seis meses.
A campanha de 2024 traçada pelo Ministério da Saúde estabelece o seguinte.
Duas doses por ano, com um intervalo mínimo de seis meses entre elas para:
• Pessoas com mais de 60 anos;
• Indivíduos imunocomprometidos com mais de 5 anos;
• Gestantes e puérperas.
Uma vacina por ano, com um intervalo mínimo de três meses em relação à última dose aplicada para:
• Pessoas que vivem em instituições de longa permanência;
• Trabalhadores de instituições de longa permanência;
• Indígenas;
• Ribeirinhos;
• Quilombolas;
• Trabalhadores da saúde;
• Pessoas com deficiência permanente;
• Pessoas com comorbidades;
• Pessoas privadas de liberdade com mais de 18 anos;
• Funcionários do sistema prisional;
• Adolescentes e jovens que cumprem medidas socioeducativas;
• Pessoas em situação de rua.
Para quem nunca foi vacinado contra a covid:
• Crianças de 6 meses a 5 anos: duas doses de vacina, com um intervalo de quatro semanas entre elas;
• Crianças de mais de 5 anos: uma dose do imunizante;
Novas variantes
Por fim, o último aspecto da vacinação que passou por uma mudança relevante tem a ver com a atualização das doses. Isso é necessário porque o patógeno sofre mutações genéticas o tempo todo. Algumas dessas mudanças conferem alguma vantagem a ele — como uma facilidade maior para ser transmitido de uma pessoa para outra, por exemplo.
A vacina que será ofertada agora no Brasil foi desenhada para fazer frente à cepa XBB.1.5. Embora já existam outras variantes de preocupação ou em monitoramento, como a JN.1 e a KP.2, as autoridades consideram que essa versão do imunizante em uso (contra a XBB) confere um bom nível de proteção, ao reduzir o risco de hospitalização e morte por covid.
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