Sexta-feira, 22 de Novembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 25 de setembro de 2023
Não é segredo que paciência não é fácil para as crianças. E a dificuldade de desenvolvê-la talvez esteja aumentando no nosso mundo moderno, pois as crianças têm acesso imediato a tantas coisas que agora elas querem gratificação instantânea 24 horas por dia, 7 dias por semana.
Elas têm acesso constante à internet e a serviços de TV sob demanda. Elas não precisam esperar a revelação para ver como a foto ficou, podem vê-la imediatamente na tela da câmera digital ou do celular. E podem entrar em contato com a família onde quer que estejam, graças às mensagens de texto.
“É uma geração do agora: tudo é instantâneo e acessível, e as crianças estão acostumadas a ter tudo rapidamente”, diz Michele Borba, psicóloga educacional em Palm Springs, Califórnia, e autora de Thrivers: The Surprising Reasons Why Some Kids Struggle and Others Shine [“Prósperos: as razões surpreendentes pelas quais algumas crianças sofrem e outras brilham”, em tradução livre]. No entanto, esta nova realidade prejudica o desenvolvimento de sua capacidade de tolerar esperas ou atrasos sem ficarem chateadas.
As crianças não nascem com paciência. É uma qualidade que elas desenvolvem com o tempo. “Espera-se que as crianças sejam egocêntricas porque o mundo inteiro gira em torno delas”, explica Borba. Isso ocorre, em parte, porque as famílias e os cuidadores estão sempre atentos às necessidades e à segurança das crianças e, em outra parte, pelo modo como seus cérebros funcionam. O objetivo é ajudar as crianças a gradualmente exercitarem autocontrole à medida que seu cérebro amadurece e se desenvolve.
“Vivemos num mundo social e não podemos ter tudo o que queremos e quando queremos – é aí que entram a paciência e o autocontrole”, diz Pamela Cole, professora de psicologia e desenvolvimento humano na Universidade Estadual da Pensilvânia. “Os anos entre a primeira infância e o jardim de infância são fundamentais para o desenvolvimento da paciência”.
Aos 6 ou 7 anos, as crianças começam a pensar sobre seu próprio comportamento e as consequências desse comportamento e a compreender melhor o conceito de paciência, diz Pamela Davis-Kean, professora de psicologia na Universidade de Michigan. “Paciência é outro nome para autorregulação, que é tanto comportamental quanto emocional”.
Embora as escolas sejam um ambiente importante para as crianças aprenderem a ter paciência – muitas vezes porque têm de esperar em filas e se revezar nas atividades – as famílias também podem ajudar as crianças a desenvolvê-la. E o esforço vale a pena, porque “criança paciente é criança feliz”, diz Borba. “Ela fica menos estressada, tem mais autocontrole e toma menos decisões precipitadas”. Outra vantagem: pesquisas sugerem que, quando as pessoas aumentam sua capacidade de paciência, elas apresentam menos depressão e um humor mais positivo.
Brincadeiras com paciência
Brincadeiras ao ar livre como Estátua e Mãe da Rua ajudam as crianças a aprender quando agir e quando esperar. Dentro de casa, jogos de cartas ou jogos de tabuleiro são ótimas maneiras de ajudar as crianças a aprender a esperar sua vez e a lidar com as frustrações.
Redirecione a atenção
Para ajudar a criança a ser paciente enquanto espera na fila, por exemplo, crie distrações com brincadeiras de mão (como Pedra, Papel, Tesoura) ou cantando uma música juntos.
Demonstre paciência
Às vezes, os adultos também têm dificuldades com a paciência. “A diferença é que, como adultos, temos um kit de ferramentas para nos ajudar a sermos pacientes”, diz Kimberly Cuevas, professora associada de ciências psicológicas na Universidade de Connecticut.
No Ar: Pampa Na Madrugada