Quarta-feira, 27 de Novembro de 2024

Home em foco Oferta não supre demanda por vacina contra varíola dos macacos nos Estados Unidos

Compartilhe esta notícia:

À medida que o surto de varíola dos macacos cresce pelo mundo, mesmo países com vacina não conseguem suprir a demanda. Nos Estados Unidos, a busca pela vacina supera a oferta do país, segundo os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC).

“Ainda não temos todas as vacinas que gostaríamos neste momento”, afirmou Rochelle Walensky, diretora do CDC.

Quando a crise de oferta diminuirá, não se sabe. O governo federal americano disponibilizou outras 131 mil doses para estados e outras jurisdições na sexta-feira. Mas o escopo do surto permanece incerto, em parte porque os testes de diagnóstico têm sido lentos e limitados.

Mais de 11 mil casos da doença já foram identificados em 65 países, incluindo o Brasil, principalmente em homens que fazem sexo com homens. Nos EUA, quase 1.500 casos foram identificados, e o número deve aumentar nas próximas semanas, disse Walensky.

A varíola dos macacos não é considerada uma infecção sexualmente transmissível, uma vez que são limitadas ainda as evidências de que o agente causador da doença estaria presente no sêmen ou em fluidos vaginais. No entanto, a infecção pode ocorrer no momento da relação sexual, já que a via mais comum de transmissão é o contato direto e prolongado com a pessoa contaminada pelas lesões na pele e vias respiratórias.

Para a epidemiologista e especialista em varicela da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, Anne Rimoin, o mundo está perdendo a luta contra o tempo.

“Nossa janela de oportunidade para controlar a doença está se fechando rapidamente. Provavelmente há muito mais casos por aí do que estamos cientes.”

O Departamento de Saúde e Serviços Humanos americano encomendou mais 2,5 milhões de doses da vacina, conhecida como Jynneos, na sexta-feira, mas essas doses não devem chegar até o próximo ano. Outras 2,5 milhões de doses encomendadas anteriormente devem começar a chegar no final de 2022, disseram autoridades.

“É como dizer que temos um caminhão-tanque de água chegando na próxima semana, quando o incêndio está acontecendo atualmente”, disse Gregg Gonsalves, epidemiologista da Escola de Saúde Pública de Yale.

A disseminação tem levado países a adotarem medidas para proteger aqueles considerados de “maior risco” para a doença, inclusive por meio da distribuição de vacinas. Embora a OMS não recomende uma campanha de imunização em massa, a organização reconhece os benefícios da vacina para pessoas mais expostas ao vírus.

É o caso do Reino Unido, que desde maio imuniza profissionais da saúde e pessoas que tiveram contato com alguém infectado. Os especialistas explicam que devido ao longo período de incubação do vírus monkeypox – tempo entre a contaminação e o surgimento de sintomas –, que pode chegar a três semanas, a vacina nesse caso é eficaz pois pode atenuar a replicação do patógeno no organismo durante esse período.

No Brasil, nesta semana, o Ministério da Saúde decidiu finalizar a sala de situação criada para monitorar a disseminação da varíola dos macacos no país. A pasta afirma, no entanto, que continuará acompanhando o cenário da doença no Brasil. Até o momento, 228 casos da enfermidade foram registrados, um aumento de 185% na última semana.

Segundo especialistas, o Brasil não tem doses armazenadas nem produção nacional, caso seja necessária uma estratégia de imunização.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de em foco

Depoimento secreto pode encerrar caso de abuso do cineasta Roman Polanski dos anos 1970
Apesar da ameaça de recessão, Estados Unidos têm dois postos de trabalho para cada desempregado
Deixe seu comentário
Baixe o app da RÁDIO Pampa App Store Google Play

No Ar: Pampa News