Sábado, 23 de Novembro de 2024

Home Cultura Ópera em casa: MET de Nova York vai transmitir espetáculos via streaming para 170 países

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Nos últimos 16 anos, o Metropolitan Opera de Nova York construiu um negócio lucrativo com a transmissão de óperas gravadas ao vivo para cinemas de todo o mundo, atraindo um público de milhões para clássicos como “A flauta mágica” e “Madame Butterfly”. Querendo aproveitar ainda mais este sucesso, a casa anunciou, na segunda-feira, que começará a transmitir ao vivo algumas óperas diretamente para a sala de estar de clientes que moram longe dos cinemas que já transmitem suas produções.

O novo serviço, “The Met: Live at Home” (“O Met: ao vivo em casa”, em tradução livre), faz parte dos esforços para expandir o público da tradicional casa, que enfrenta desafios financeiros trazidos pela pandemia de covid e uma queda de bilheteria que já vem de longa data.

Gerente-geral do Met, Peter Gelb divulgou em comunicado que a intenção é “disponibilizar nossas apresentações ao vivo para pessoas que não têm acesso imediato aos cinemas que transportam o Met, quer você resida nas montanhas de Montana ou esteja em missão na Antártida.”

O novo serviço de streaming estará disponível no dia 22 deste mês, mas as vendas no site www.metopera.org estarão abertas a partir do dia 17. No início, dez produções serão transmitidas, a começar por “Medeia”, de Luigi Cherubini, que abriu a temporada do Met na semana passada, recebendo críticas bastante positivas.

O “Live at Home” estará disponível em 171 países onde o Metropolitan ainda não oferece as transmissões ao vivo – inclusive o Brasil. Dependendo do local, cada ópera custará US$ 10 ou US$ 20. Os espectadores poderão assistir às óperas um número ilimitado de vezes ao longo de sete dias, em PCs ou Macs, dispositivos móveis ou smart TVs através do Chromecast ou AirPlay ou de um computador com cabo HDMI.

O Met é uma das muitas instituições culturais que experimentam a transmissão ao vivo, popularizada bastante nos últimos dois anos devido à pandemia, quando as apresentações presenciais tiveram de ser reduzidas.

No ano passado, a Ópera de São Francisco, por exemplo, começou a transmitir algumas apresentações ao vivo por US$ 27,50.

O programa do Met de transmissão de espetáculos em cinemas começou em 2006, e antes da pandemia gerava cerca de US$ 18 milhões em lucro líquido para o Met a cada ano.

É verdade que o novo serviço de streaming pode canibalizar algumas dessas vendas, mas Gelb disse que usar a tecnologia para limitar seu alcance geográfico ajudará a mitigar esse risco.

Ele também afirmou que a empresa não tem planos de eliminar gradualmente as transmissões de cinema, que já venderam quase 30 milhões de ingressos e agora estão disponíveis em cerca de dois mil cinemas em 50 países: “Não queremos substituir a experiência do cinema. Pelo contrário, queremos aumentá-la”.

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