Quinta-feira, 26 de Dezembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 4 de abril de 2023
Após o desempenho fraco na audiência de Flávio Dino na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, na última semana, a oposição fala em se reorganizar para os próximos embates com ministros do governo Lula – Dino foi chamado para pelo menos mais uma audiência nos próximos dias, além dos ministros Chefe da Casa Civil, Rui Costa, e da Fazenda, Fernando Haddad.
A avaliação é que parlamentares menos experientes, muitos deles forjados nas redes sociais, precisam se preparar mais para confrontar autoridades. Além de organizar a ordem de quem vai falar primeiro, para não abrir o confronto com os novatos, deputados esperam contar com dados reunidos pela equipe de Braga Netto no PL.
A inspiração é a atuação do PT na Câmara sob Jair Bolsonaro (PL). “Eles vinham ensaiados, todos com os mesmos dados, para falar na tribuna”, disse um bolsonarista. A oposição quer usar a exposição de ministros para desgastar o governo.
Apesar de haver um plano de reorganização, a avaliação da cúpula do PL é que os parlamentares ainda precisarão de tempo para se adaptar e devem enfrentar algumas dificuldades até acertarem o tom.
Papel de Bolsonaro
Após três meses nos Estados Unidos, Jair Bolsonaro (PL) retornou ao Brasil na última quinta (30), e afirmou que retornava para fazer oposição ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Porém, para o deputado Kim Kataguiri (União Brasil-SP), o ex-presidente não vai conseguir exercer esse papel.
“Há todos os elementos para ele se tornar inelegível e agora cada vez mais elementos para ele ser preso. Como é que ele vai liderar a oposição? Eu não vejo nenhuma condição nele. Aí você me pergunta: qual o papel dele na oposição? Para mim, sumir”, declarou o líder do MBL em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo.
Kataguiri afirmou que vai fazer oposição ao governo Lula, mas que pode votar com o governo nos projetos que considerar positivos para a sociedade brasileira, como o novo pacote de regras fiscais. No entanto, ele critica a relação do presidente petista com o Congresso.
“Lula não tem base até agora, tanto que nenhum projeto do governo foi pautado. A base do governo hoje é só a federação do PT. A distribuição de ministérios não funcionou. Dos 37 ministérios, salvo engano, 24 são indicações do PT ou do Lula — e são os principais ministérios. O resto, pastas menos importantes, seja pela sua competência, suas atribuições ou seu orçamento, ele distribuiu entre os outros partidos, mas isso não atendeu às bancadas”, afirmou.
“Você acha que [Gilberto] Kassab vai entregar voto porque ele está com o Ministério da Pesca? Não vai acontecer. Ou você tem uma reforma ministerial radical, o PT abre mão de ministérios, o Lula abre mão de ministérios, ou o governo não vai ter base”, completou.
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