Sábado, 23 de Novembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 28 de novembro de 2021
O laboratório alemão BioNTech, sócio da Pfizer, espera ter em duas semanas, no mais tardar, os primeiros resultados dos estudos que vão determinar se a nova variante da covid-19 detectada na África do Sul é capaz de escapar da proteção da vacina.
“Iniciamos de maneira imediata estudos sobre a variante B.1.1.529, que difere claramente das variantes já conhecidas porque tem mutações adicionais na proteína spike, característica do vírus Sars-Cov-2”, afirmou um porta-voz do laboratório.
“Pfizer e BioNTech se prepararam há vários meses para ajustar sua vacina em menos de seis semanas e entregar as primeiras doses em 100 dias no caso de uma variante resistente”, completou.
A nova cepa tem mutações do vírus inicial com potencial para torná-la mais transmissível a ponto de deixá-lo dominante: foi o caso da variante Delta, registrada primeiramente na Índia, que, segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), reduziu a eficácia das vacinas em termos de transmissão do vírus para 40%.
Neste momento, os cientistas sul-africanos não têm certeza da eficácia das vacinas anti-covid existentes contra a nova forma do vírus.
A variante foi detectada na última semana com o aumento de infecções nas cidades de Pretória e Joanesburgo, capital e centro econômico da África do Sul. Já foram registrados casos em diversos países da Europa.
Sintomas leves
A médica sul-africana que fez o primeiro alerta sobre a variante ômicron do coronavírus citou sintomas leves em seus pacientes. Não há, ainda, informações consolidadas sobre a variante.
Angelique Coetzee disse, em entrevista ao jornal britânico “The Telegraph” neste domingo (28), que notou um aumento de pessoas jovens e saudáveis com sinais de fadiga em seu consultório.
“Os sintomas que eles apresentavam eram muito diferentes e mais leves dos que eu havia tratado antes”, afirmou a profissional da saúde.
Após testes que confirmaram a suspeita de covid-19, ela passou a reparar em sintomas que chamou “incomuns” para a infecção.
Além dos casos de cansaço e dores no corpo, Coetzee relatou uma criança de seis anos com batimentos cardíacos bastante acelerados para a idade.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou que vai precisar “de várias semanas” para compreender melhor esta nova variante do coronavírus.
Não há, até o momento, nenhuma certeza sobre sua gravidade e se ela apresenta resistência à vacinação – que é bastante baixa nos países do sul africano, onde foi identificada.
Na África do Sul, quase 24% da população está totalmente vacinada. Em Botsuana, menos de 20%. Já no Brasil, a situação é outra. Mais de 62% da população tomou as duas doses da vacina ou a dose única.
Metade dos infectados que marcaram consulta com a médica de Pretória não havia se vacinado, segundo relatou Coetzee ao jornal britânico.
Ela reportou suas suspeitas ao comitê responsável pelo acompanhamento da pandemia após, em 18 de novembro, após atender a uma família com quatro infectados apresentando os mesmos sintomas.
A variante ômicron – também chamada B.1.1529 – foi reportada à OMS em 24 de novembro de 2021 pela África do Sul.
O primeiro caso confirmado da B.1.1529 foi de uma amostra coletada em 9 de novembro de 2021. De acordo com OMS, a variante apresenta um “grande número de mutações”, algumas preocupantes.
“Evidências preliminares sugerem uma alta no risco de reinfecção com a variante, comparada com as outras versões do coronavírus”, disse a agência de Saúde das Nações Unidas em um comunicado.
No Ar: Pampa Na Tarde