Quarta-feira, 27 de Novembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 19 de outubro de 2023
Os medicamentos da classe chamada análogos de GLP-1, à qual pertence o Ozempic geraram uma verdadeira revolução contra a obesidade ao proporcionar um emagrecimento inédito – com uma eficácia que chega perto da cirurgia bariátrica. Desde então, as canetas injetáveis, originalmente concebidas para o tratamento de diabetes tipo 2, passaram a ser reposicionadas em doses maiores para pacientes com obesidade, ou com sobrepeso junto a comorbidades relacionadas ao número que aparece na balança.
“Antes a obesidade não era vista como uma doença, então não tínhamos tantas opções de medicamentos. Só que agora, além de reconhecida, em todo o mundo nós vemos uma piora do cenário, um crescimento de casos que só tende a aumentar. Então tem um olhar maior”, explica o médico endocrinologista Fabiano Serfaty, doutor pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj).
Mounjaro
Destinado para diabetes tipo 2. Uso para perda de peso é considerado off-label (finalidade diferente daquela da bula). Segundo os estudos SURMOUNT, a perda de peso após 72 semanas foi de 15%, na dose de 5 mg; 19,5%, na de 10 mg, e 20,9%, na de 15 mg. O acompanhamento com pessoas sem diabetes por até 84 semanas mostrou que esse percentual pode chegar a 26,6% nas dosagens maiores.
Ozempic
Destinado para diabetes tipo 2. Uso para perda de peso enquanto o Wegovy não chega no Brasil é considerado off-label. Os estudos para perda de peso foram feitos apenas com a dosagem de 2,4 mg. Nessa dose, a perda de peso foi de até 17% após 68 semanas, segundo estudo na Lancet
Saxenda
Destinado para tratamento de obesidade ou sobrepeso com, pelo menos, uma comorbidade relacionada ao peso. Segundo o estudo SCALE, a perda de peso foi de 6% na dosagem de 3 mg por dia após 56 semanas.
Wegovy
Destinado para tratamento de obesidade ou sobrepeso com, pelo menos, uma comorbidade relacionada ao peso. A perda de peso foi de até 17% após 68 semanas, segundo estudo na Lancet.
Eficácia
As eficácias foram avaliadas em conjunto com mudanças de hábitos como alimentação e atividade física. Além disso, podem variar não devido ao potencial do medicamento, mas pelo tempo em que os pacientes foram acompanhados.
Por exemplo, embora a tirzepatida tenha alcançado o maior efeito, de até 26,6% de redução do peso, ele foi observado no período de 84 semanas, o mais longo entre todos os estudos.
Serfaty destaca também que essa perda de peso pode não se sustentar a longo prazo se não houver uma mudança de hábitos e um planejamento para quando o remédio for interrompido. “O medicamento pode ajudar, mas precisa haver essa virada de chave no estilo de vida”, afirma.
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