Sexta-feira, 22 de Novembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 21 de agosto de 2024
A influenciadora Natalia Becker foi indiciada por homicídio com dolo eventual – quando se assume o risco de matar – após realizar um procedimento de peeling de fenol no empresário Henrique da Silva Chagas, que morreu em 3 de junho deste ano. A Polícia Civil de São Paulo já havia anunciado o indiciamento da influenciadora em junho, mas o inquérito conduzido pelo 27.º Distrito Policial da capital foi enviado à Justiça na segunda-feira (19).
Um laudo do Instituto Médico-Legal concluiu que o empresário morreu devido a um “edema pulmonar agudo” ao inalar fenol, um produto químico usado para escamar a pele, causando uma renovação no tecido.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), a inalação da substância química provocou alterações em órgãos do sistema respiratório e acúmulo de líquido no pulmão, causando uma parada cardiorrespiratória, conforme aponta o laudo entregue à autoridade policial. O exame de sangue não encontrou álcool, drogas ou medicamentos no organismo do empresário.
A perícia detectou o fenol em tecidos dos órgãos e fragmentos da pele de Chagas. O relatório apontou que a escarificação (raspagem) no rosto do empresário pode ter facilitado a absorção da substância.
O procedimento realizado por Natália Becker, proprietária do Studio Natalia Becker, no Campo Belo, zona sul da capital, consiste na aplicação de um ácido no rosto. Segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM), trata-se de uma intervenção invasiva e reações imprevisíveis ocorrem com frequência.
A Sociedade Brasileira de Dermatologia alerta que o procedimento deve ser realizado em ambiente hospitalar com monitoramento cardíaco, já que a substância é tóxica e pode causar arritmias no paciente. Pelo mesmo motivo, são necessários exames para verificar a saúde do coração, como eletrocardiograma.
Anvisa
Em junho, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu a venda de produtos à base de fenol e o seu uso em procedimentos de saúde em geral ou estéticos no Brasil.
Em nota, à época, a autarquia afirma que a proibição permanecerá vigente enquanto conduz investigações sobre os potenciais danos associados ao uso da substância química, “que vem sendo utilizada em diversos procedimentos invasivos”.
“A medida cautelar adotada pela Anvisa tem o objetivo de zelar pela saúde e integridade física da população brasileira, uma vez que, até a presente data, não foram apresentados à Agência estudos que comprovem a eficácia e segurança do produto fenol para uso em tais procedimentos”, dizia a nota.
No Ar: Pampa Na Madrugada