Quinta-feira, 21 de Novembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 29 de setembro de 2024
Uma pesquisa de um estudante carioca de graduação de Ciências Biológicas do Rio de Janeiro pode revolucionar o tratamento contra a sepse mortal (que pode levar à infecção generalizada) e abrir caminho para a concepção de uma vacina inédita com a patente brasileira, além de medicamentos de uma possível cura contra a doença que mata 11 milhões de pessoas no mundo por ano. O estudo foi levado à Organização Mundial da Saúde (OMS), com sede em Genebra, para passar por uma revisão de cientistas internacionais.
No Brasil, a pesquisa já está em fase final à espera apenas da filmagem da manipulação e do resultado para ser transcrito cientificamente. Para isso, deve entrar em laboratório para testes na próxima semana. Após passar por esse processo, o estudo será encaminhado ao Ministério da Saúde para fazer o registro da descoberta e seguir novamente para OMS, para ser certificado por cientistas da entidade.
Uma fonte ligada ao processo de descoberta afirma que o estudante iniciou a pesquisa por simples curiosidade no laboratório da faculdade e passou a analisar a mortalidade de uma bactéria “antiga”, ou seja, muito presente no ambiente hospitalar (Staphylococcus aureus). Ao “quebrar” o DNA do parasita, responsável por diversos tipos de infecção, desde furúnculos até septicemias (sepse), endocardites (infecções no coração) e abscessos, passou a estudar cada parte dos cromossomos e genomas, onde identificou uma anomalia “variante” que torna a sepse mortal. Após o estudo da variante da bactéria, tende-se a iniciar um estudo de vacina e antibióticos para combatê-la.
Segundo o jornal O Globo, a pesquisa do estudante, cuja identidade está sendo mantida sob sigilo e mora na zona norte do Rio, surpreendeu até mesmo renomados cientistas presentes durante a exposição da pesquisa feita na Fiocruz, pelo alto nível de conhecimento e “QI fora da curva”. Identificado como A.J.H., o estudante faz o curso na modalidade EAD e usa apenas o laboratório da faculdade na modalidade presencial.
A descoberta consistiu em identificar o que torna a sepse “mortal” e como os cílios do parasita, que funcionam como “antenas”, captam que estão sendo atacadas por antibióticos, proliferando sua prole gerando novas bactérias que agravam o quadro do paciente. O objetivo da pesquisa é tentar neutralizar as informações que chegam a esses cílios e impedir a proliferação de parasitas mortais.
“A pesquisa apresentada é realmente promissora e potencialmente revolucionária. A identificação de uma “anomalia variante” no Staphylococcus aureus e a descoberta de como os cílios bacterianos respondem ao ataque antibiótico são avanços significativos”, avalia Leonardo Weissmann, infectologista do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo, e professor da Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP).
Porém, ele pondera ser importante “abordar essa descoberta com cautela”: — A ideia de neutralizar a comunicação dos cílios bacterianos para impedir a proliferação é inovadora, mas ainda será necessário confirmar se essa abordagem pode ser eficaz. A pesquisa ainda está em fases preliminares, e o processo que inclui testes laboratoriais, validação científica e, posteriormente, ensaios clínicos é longo e complexo. Traduzir esses achados em uma vacina ou tratamento eficaz e seguro envolve muitos desafios técnicos e regulatórios.
O registro na OMS foi entendido como necessário antes de começar o desenvolvimento da pesquisa por precaução de plágio e também como um respaldo em caso de vazamento. Em caso de avanço do estudo e posterior registro no Ministério da Saúde e OMS, espera-se que tenha início a fase mais experimental e burocrática do processo com análise de autorização da Anvisa, insumos, testes em animais e em grupo de pessoas, no caso de vacina e medicamentos.
De acordo com um especialista envolvido com a pesquisa, uma vacina pode ser desenvolvida em até três anos. Já para o desenvolvimento de um medicamento o tempo deve ser bem menor. É preciso ainda levar em consideração fatores geográficos e climáticos dos países.
Dados publicados em 2020 pela OMS mostram que foram registrados cerca de 50 milhões de casos e 11 milhões de mortes relacionadas à sepse em todo o mundo, representando 20% de todas as mortes globais.
Segundo dados do SUS, a taxa de mortalidade por sepse no Brasil é de aproximadamente 60%, sendo superior à de outros países semelhantes no mundo e bem acima do encontrado em nações desenvolvidas, onde os percentuais giram em torno de 20%.
No período de 2018 a 2022, foram registrados 113.059 mil óbitos por sepse no Brasil, aponta pesquisa divulgada no Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences.
Na Europa, por exemplo, o número de mortes também impressiona. “Cedendo 85.000 vidas por ano, a sepse é a terceira causa mais frequente de morte na Alemanha. Duas vezes mais pessoas morrem em hospitais de sepse do que de derrame e ataque cardíaco combinados”, aponta o ministério da Saúde da Alemanha.
Por Redação Rádio Pampa | 29 de setembro de 2024
Uma pesquisa de um estudante carioca de graduação de Ciências Biológicas do Rio de Janeiro pode revolucionar o tratamento contra a sepse mortal (que pode levar à infecção generalizada) e abrir caminho para a concepção de uma vacina inédita com a patente brasileira, além de medicamentos de uma possível cura contra a doença que mata 11 milhões de pessoas no mundo por ano. O estudo foi levado à Organização Mundial da Saúde (OMS), com sede em Genebra, para passar por uma revisão de cientistas internacionais.
No Brasil, a pesquisa já está em fase final à espera apenas da filmagem da manipulação e do resultado para ser transcrito cientificamente. Para isso, deve entrar em laboratório para testes na próxima semana. Após passar por esse processo, o estudo será encaminhado ao Ministério da Saúde para fazer o registro da descoberta e seguir novamente para OMS, para ser certificado por cientistas da entidade.
Uma fonte ligada ao processo de descoberta afirma que o estudante iniciou a pesquisa por simples curiosidade no laboratório da faculdade e passou a analisar a mortalidade de uma bactéria “antiga”, ou seja, muito presente no ambiente hospitalar (Staphylococcus aureus). Ao “quebrar” o DNA do parasita, responsável por diversos tipos de infecção, desde furúnculos até septicemias (sepse), endocardites (infecções no coração) e abscessos, passou a estudar cada parte dos cromossomos e genomas, onde identificou uma anomalia “variante” que torna a sepse mortal. Após o estudo da variante da bactéria, tende-se a iniciar um estudo de vacina e antibióticos para combatê-la.
Segundo o jornal O Globo, a pesquisa do estudante, cuja identidade está sendo mantida sob sigilo e mora na zona norte do Rio, surpreendeu até mesmo renomados cientistas presentes durante a exposição da pesquisa feita na Fiocruz, pelo alto nível de conhecimento e “QI fora da curva”. Identificado como A.J.H., o estudante faz o curso na modalidade EAD e usa apenas o laboratório da faculdade na modalidade presencial.
A descoberta consistiu em identificar o que torna a sepse “mortal” e como os cílios do parasita, que funcionam como “antenas”, captam que estão sendo atacadas por antibióticos, proliferando sua prole gerando novas bactérias que agravam o quadro do paciente. O objetivo da pesquisa é tentar neutralizar as informações que chegam a esses cílios e impedir a proliferação de parasitas mortais.
“A pesquisa apresentada é realmente promissora e potencialmente revolucionária. A identificação de uma “anomalia variante” no Staphylococcus aureus e a descoberta de como os cílios bacterianos respondem ao ataque antibiótico são avanços significativos”, avalia Leonardo Weissmann, infectologista do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo, e professor da Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP).
Porém, ele pondera ser importante “abordar essa descoberta com cautela”: — A ideia de neutralizar a comunicação dos cílios bacterianos para impedir a proliferação é inovadora, mas ainda será necessário confirmar se essa abordagem pode ser eficaz. A pesquisa ainda está em fases preliminares, e o processo que inclui testes laboratoriais, validação científica e, posteriormente, ensaios clínicos é longo e complexo. Traduzir esses achados em uma vacina ou tratamento eficaz e seguro envolve muitos desafios técnicos e regulatórios.
O registro na OMS foi entendido como necessário antes de começar o desenvolvimento da pesquisa por precaução de plágio e também como um respaldo em caso de vazamento. Em caso de avanço do estudo e posterior registro no Ministério da Saúde e OMS, espera-se que tenha início a fase mais experimental e burocrática do processo com análise de autorização da Anvisa, insumos, testes em animais e em grupo de pessoas, no caso de vacina e medicamentos.
De acordo com um especialista envolvido com a pesquisa, uma vacina pode ser desenvolvida em até três anos. Já para o desenvolvimento de um medicamento o tempo deve ser bem menor. É preciso ainda levar em consideração fatores geográficos e climáticos dos países.
Dados publicados em 2020 pela OMS mostram que foram registrados cerca de 50 milhões de casos e 11 milhões de mortes relacionadas à sepse em todo o mundo, representando 20% de todas as mortes globais.
Segundo dados do SUS, a taxa de mortalidade por sepse no Brasil é de aproximadamente 60%, sendo superior à de outros países semelhantes no mundo e bem acima do encontrado em nações desenvolvidas, onde os percentuais giram em torno de 20%.
No período de 2018 a 2022, foram registrados 113.059 mil óbitos por sepse no Brasil, aponta pesquisa divulgada no Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences.
Na Europa, por exemplo, o número de mortes também impressiona. “Cedendo 85.000 vidas por ano, a sepse é a terceira causa mais frequente de morte na Alemanha. Duas vezes mais pessoas morrem em hospitais de sepse do que de derrame e ataque cardíaco combinados”, aponta o ministério da Saúde da Alemanha.
No Ar: Pampa Na Tarde