Sexta-feira, 22 de Novembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 23 de outubro de 2024
Uma pesquisa do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br) apontou que a maior parte dos pais (77%) entende que seus filhos estão seguros na internet. O levantamento também mostra que metade das crianças de 9 a 10 anos têm uso sem supervisão de seus responsáveis para vídeos e jogos e que um terço dos usuários de 9 a 17 anos já passou por situações ofensivas ou que não gostaram em ambientes virtuais.
Os dados indicam ainda que as crianças e adolescentes passam por estes eventos ofensivos sem que seus pais saibam, já que só 8% dos responsáveis acreditam que seus filhos já vivenciaram situações incômodas na internet. As informações são do TIC Kids Online Brasil, levantamento anual criado em 2012 para gerar evidências sobre a utilização da web por menores de idade no país.
Luisa Adib, coordenadora da pesquisa, explica que a proporção de pais que acreditam que seus filhos estão seguros na internet é similar aos que declararam conversar com eles sobre os perigos on-line.
“Um patamar muito próximo, de 76%, diz que ensina e explica que alguns sites não são bons. Eles podem relacionar que orientam e que, por isso, creem que os filhos estão em segurança”, diz.
Em setembro, o ministro da Educação, Camilo Santana, anunciou a intenção de um projeto de lei para proibir celulares nas escolas brasileiras. O Congresso, então, recuperou um texto que já estava em tramitação e acelerou a discussão. É possível que ele seja aprovado já na próxima sessão da Comissão de Educação da Câmara, ainda sem data marcada.
A ideia é apoiada por parlamentares alinhados ao governo e também da oposição. Apenas alguns detalhes ainda estão sendo discutidos – como, por exemplo, se o banimento vai abranger todos os alunos ou se os do ensino médio ficam de fora.
O TIC Kids Online Brasil também aponta que um quarto das crianças e adolescentes apresenta pelo menos um sinal de vício ou uso excessivo, como tentar passar menos tempo on-line, mas não conseguir. Além disso, 15% disseram que já deixaram de comer ou dormir por causa da internet, e 16% se sentiram mal em algum momento por não poder estar navegando. A pesquisa, de abrangência nacional, foi realizada de forma presencial de março a agosto deste ano. Ela ouviu 2.424 crianças e adolescentes de 9 a 17 anos e 2.424 pais ou responsáveis.
Outra informação preocupante é a proporção de menores que se comunicam com pessoas que não conhecem na vida real. Considerando todos os usuários na faixa etária analisada, 30% já tiveram contato com pessoas estranhas. Entre os que têm de 15 a 17 anos, o índice sobe para 43%. Esses encontros se dão especialmente por redes sociais (15% dos casos), mensagens instantâneas (14%) e jogos (9%).
Uma novidade deste ano é a análise do uso de redes sociais por idade. A pesquisa mostra que as crianças mais novas (9 e 10 anos) são as que mais usam o YouTube, enquanto os mais velhos estão mais no WhatsApp e no Instagram.
Outro dado levantado pela primeira vez pelo TIC Kids Online Brasil mostra que as meninas procuram mais os pais quando algo incomoda na internet do que os meninos – 52% delas dizem fazer isso sempre, contra 36%. Elas também pedem mais conselho do que eles sobre como agir no mundo virtual (45% e 33%, respectivamente).
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