Quarta-feira, 27 de Novembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 12 de junho de 2022
Pesquisadores da Universidade de Manchester, localizada na Inglaterra, criaram um gel biodegradável capaz de reparar os danos causados pelo infarto a milhões de pessoas ao redor do mundo. Somente no Reino Unido, há cerca de 1,4 milhões de sobreviventes de ataques cardíacos.
Após passar por um infarto, o coração tem mais chance de desenvolver insuficiência cardíaca e outros problemas de funcionamento, dada a dificuldade do órgão de se regenerar. Após anos de pesquisas, os estudiosos produziram a substância em gel a a partir de peptídeos, estruturas celulares formadas na ligação entre duas ou mais moléculas de aminoácidos. A novidade, segundo os pesquisadores, pode ser injetada diretamente no coração pulsante e ajuda na regeneração do tecido muscular.
Avanço no tratamento e pesquisas futuras
Até agora, o risco de insuficiência cardíaca podia ser reduzido a partir de um tratamento que injetava células no coração, mas que tinha uma taxa de apenas 1% das células que sobreviviam no órgão. A expectativa é que, com o gel, esse número seja bem maior.
“Embora ainda seja cedo, o potencial dessa nova tecnologia de ajudar a reparar corações fracos é enorme”, disse Katharine King, que liderou a pesquisa apoiada pela British Heart Foundation (BHF), ao The Guardian. “Estamos confiantes de que este gel será uma opção eficaz para futuras terapias baseadas em células”, completou Katharine.
A eficácia da tecnologia foi verificada por meio de testes com o tecido do músculo cardíaco. Quando os pesquisadores acrescentaram as células humanas reprogramadas para se tornarem células do músculo cardíaco no gel, elas foram capazes de crescer dentro de três semanas e começaram a bater espontaneamente junto com o órgão.
Ecocardiogramas (ultrassons do coração) e eletrocardiogramas (que medem a atividade elétrica do coração) em camundongos confirmaram a segurança do gel. Para obter mais conhecimento, os pesquisadores ainda testarão o produto em camundongos que tiveram um ataque cardíaco, para mostrar o desenvolvimento do novo tecido muscular. Se os benefícios forem comprovados novamente, a próxima etapa será os testes em pacientes.
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