Sábado, 21 de Setembro de 2024

Home Saúde Pesquisadores desvendam por que alguns pacientes em coma conseguem ouvir e compreender comandos

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Pesquisadores de Columbia descobriram por que alguns pacientes em coma têm algum nível de consciência, mas não são incapazes de responder a comandos simples. As descobertas podem ajudar os médicos a identificar mais rapidamente pacientes com lesões cerebrais que possam ter a condição e prever melhor quais têm maior probabilidade de se recuperar com a reabilitação.

Em um estudo publicado recentemente na revista científica Brain, pesquisadores da Universidade Columbia, nos Estados Unidos, encontraram lesões cerebrais que podem estar subjacentes à consciência oculta. A condição, também conhecida como dissociação motora cognitiva (DMC), ocorre em cerca de 15% a 25% dos pacientes com lesões cerebrais decorrentes de traumatismo cranioencefálico, hemorragia cerebral ou parada cardíaca.

“Nosso estudo sugere que pacientes com consciência oculta podem ouvir e compreender comandos verbais, mas não conseguem executar esses comandos devido a lesões nos circuitos cerebrais que transmitem instruções do cérebro para os músculos, ” diz o médico Jan Claassen, líder do estudo e professor associado de neurologia na Faculdade de Médicos e Cirurgiões Vagelos da Universidade de Columbia e chefe de cuidados intensivos e neurologia hospitalar do NewYork-Presbyterian/Columbia Universidade Irving Medical Center, em comunicado.

Em pesquisas anteriores, os pesquisadores descobriram que ondas cerebrais sutis detectáveis ​​com eletroencefalografia (EEG) são o mais forte preditor de consciência oculta e eventual recuperação para pacientes com lesões cerebrais que não respondem. Mas, até agora, as vias precisas no cérebro que são interrompidas nesta condição eram desconhecidas.

No novo estudo, os pesquisadores usaram a EEG para examinar 107 pacientes com lesões cerebrais. A técnica pode determinar quando os pacientes estão tentando, embora incapazes, responder a um comando como “continue abrindo e fechando a mão direita”.

A análise detectou a consciência oculta em 21 pacientes. Em seguida, os pesquisadores analisaram exames estruturais de ressonância magnética de todos os pacientes.

Os resultados mostraram que todos os pacientes com DMC tinham estruturas cerebrais intactas relacionadas com a excitação e a compreensão dos comandos, apoiando a noção de que estes pacientes ouviam e compreendiam os comandos, mas eram incapazes de os executar.

“Vimos que todos os pacientes com DMC apresentavam déficits nas regiões cerebrais responsáveis ​​pela integração de comandos motores compreendidos com a produção motora, impedindo os pacientes com DMC de agir de acordo com comandos verbais”, explica Claassen.

Mais pesquisas são necessárias antes que essas abordagens possam ser aplicadas à prática clínica. Mas, as descobertas podem permitir aos pesquisadores compreender melhor quais pacientes com lesão cerebral têm DMC, o que será útil para ensaios clínicos que apoiam a recuperação da consciência.

“Nem todas as unidades de cuidados intensivos podem ter recursos e pessoal treinado na utilização de EEG para detectar consciência oculta, pelo que a ressonância magnética pode oferecer uma forma simples de identificar pacientes que necessitam de rastreio e diagnóstico adicionais”, diz o pesquisador.

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