Home Você viu? Poço artesiano: sistema de captação criado há 5 mil anos pode reduzir conta de água de condomínios em até 90%

Uma solução antiga vem surgindo como alternativa inteligente para a economia de água em condomínios: o poço artesiano. Os primeiros registros de perfurações no solo para extração de água são datados de 5.000 a.C., na China. No entanto, o nome “poço artesiano” foi dado pelos franceses, após a construção de sistema semelhante na cidade de Artois, em 1.126 d.C.

Novos hábitos de consumo consciente desse valioso recurso natural, questões de sustentabilidade e preservação do planeta, além dos tradicionais racionamentos de água no verão, estão fazendo com que as pessoas o busquem como uma alternativa para amenizar a escassez e, até mesmo, a falta total de água.

É o caso do condomínio de casas Parque Iguaçu, localizado no bairro Sarandi, na Zona Norte de Porto Alegre. Desde 2023, o empreendimento conta com um poço artesiano. O sindico André Borin Beretta destaca que a ideia da implantação surgiu do desejo de economizar com a irrigação das áreas verdes do local.

“Devido ao alto custo da conta da água no verão, nosso amplo gramado sofria com a redução da rega. Aliado a isso, a temporada de piscina também contribuía para o aumento dessa despesa”, disse. Ele revelou que, de novembro a março, o custo com Dmae (Departamento Municipal de Água e Esgotos) era de, aproximadamente, R$ 17 mil por mês. Após a construção do poço artesiano, o valor caiu para R$ 1,5 mil no mesmo período.

A 140 metros de profundidade e com capacidade de 20 mil litros por dia, a obra custou cerca de R$ 70 mil e durou menos de um mês para ficar pronta. “Em dois anos de implantação, com a economia que tivemos, o poço já se pagou”, relatou o síndico.

Mesmo não estando ligado na rede de abastecimento das casas e tendo seu consumo limitado para uso não humano pela Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura, a obra foi determinante em um momento delicado vivido pelos gaúchos. “Durante as enchentes de maio de 2024, nosso bairro ficou desabastecido por muitos dias. Os moradores que não tinham caixa particular buscavam água do poço na administração para utilizar na higiene pessoal, limpeza da casa, consumo dos pets, descargas de banheiro, entre outros”, recordou Beretta.

O diretor da LCD Condomínios, empresa que administra o Parque Iguaçu, Marcelo Décimo, reforçou a importância do síndico em buscar alternativas inteligentes para o funcionamento eficiente de um condomínio. “Ele tem um papel fundamental, pois conhece as necessidades do local e também a dos condôminos”, afirmou o executivo. “Por isso, além de apoiar que apresentem novas ideias em assembleia, também damos o suporte necessário para que, quando aprovadas, as mesmas sejam implantadas com excelência, facilitando o dia a dia do empreendimento e a vida dos moradores”, finalizou.