Quinta-feira, 02 de Janeiro de 2025

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Pode parecer uma surpresa para quem vive em grandes centros urbanos, como São Paulo e Rio, mas a população brasileira mora predominante em casas – não em apartamentos. Entretanto, essa tendência começa a mudar, com a urbanização cada vez mais acelerada do País. É o que mostra a nova edição da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada em dezembro.

De acordo com os dados de 2023, 84,6% dos domicílios do País são casas, ao passo que os apartamentos eram 15,2%. No entanto, de 2016 para 2023, o número de apartamentos cresceu 27,5%. O de casas, por sua vez, aumentou apenas 13,7%, contribuindo para uma queda na porcentagem de casas e uma elevação na porcentagem de apartamentos.

Em todas as regiões, a porcentagem de casas foi elevada. Mas pela primeira vez na série histórica, uma grande região apresentou uma porcentagem de casas abaixo dos 80%. No Sudeste, eram 79,8% de casas para 20,1% de apartamentos. “Devemos considerar a evolução das cidades, onde se dá preferência à construção de prédios de apartamentos, uma vez que, em um mesmo terreno, é possível ter dezenas de unidades domiciliares, em vez de uma”, afirmou o economista William Araújo Kratochwill, pesquisador do IBGE responsável pela divulgação do estudo.

“Até o século passado, éramos um País predominantemente rural. Agora, somos predominantemente urbanos. É natural que aumente a porcentagem de apartamentos nas aglomerações urbanas”, diz. Além disso, acrescenta o economista, em geral, é mais barato comprar um apartamento pequeno do que uma casa. Sem falar na questão da segurança; os prédios tendem a ser mais seguros.

Censo

Os dados da Pnad corroboram os números do Censo 2022 divulgados no início de dezembro, registrando um aumento significativo no número de domicílios nos últimos anos e na porcentagem das habitações alugadas, não próprias. Segundo os novos dados, o número de domicílios particulares permanentes no País foi estimado em 77,7 milhões – um valor 4,8% maior do que o registrado um ano antes e 15,6% maior do que em 2016.

O trabalho demonstrou uma contínua redução na porcentagem de domicílios próprios já pagos, de 66,7% em 2016 para 64,8%, em 2019. Em 2022 caiu para 63,8% e, no ano seguinte, para 62,3%. Durante esse período, a porcentagem de domicílios alugados aumentou de 18,5% para 22,4%.

De acordo com os novos dados, em 2023, 18% das unidades domésticas do País eram unipessoais, ou seja, compostas por apenas um morador. Isso representa um aumento de 5,8 pontos porcentuais em relação a 2012. Na análise por sexo, os números revelam que, em 2023 as mulheres eram 45,1% das pessoas que estavam morando sozinhas, enquanto os homens correspondiam a 54,9%.

E como é essa casa em que vive o brasileiro? De acordo com a Pnad, dos 77,7 milhões de domicílios brasileiros, a maioria, 69,2 milhões (ou 89,1%), tem as paredes externas de alvenaria ou taipa com revestimento; um aumento de 16,8% em relação a 2016. O piso, por sua vez, tem como material predominante em 81,7% das casas cerâmica, lajota ou pedra. Uma porcentagem considerável de residências (11,7%) tem piso de cimento, enquanto a madeira aparece em 6,1% dessas moradias.

Em 2023, 49,4% dos domicílios apresentavam telha sem laje de concreto como material predominante de cobertura e 33,0%, telha com laje de concreto. Outras 14,8% das residências apresentavam somente a laje de concreto como telhado e 2,7% utilizavam algum outro material.

O novo levantamento mostra que 85,9% tinham acesso à rede geral de abastecimento de água. Praticamente todas as casas, 98,1%, contavam com banheiro de uso exclusivo e, em 69,9%, o escoamento do esgoto era feito pela rede geral ou por uma fossa séptica.

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