Sexta-feira, 20 de Setembro de 2024

Home Brasil Polícia Federal descobre esquema de imigração ilegal para a Europa

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“Você sabia que é possível comprar apenas a passagem de ida e nós, da agência, emitimos uma volta para passar na imigração? Mas como funciona? No dia do embarque de ida, até três horas antes, enviamos a data do retorno. Após o horário previsto para o passageiro passar na imigração, nós cancelamos o bilhete”.

Era assim que os donos de uma empresa de viagem ofereciam a capixabas passagens apenas de ida para morar ilegalmente na Europa.

O anúncio era compartilhado em uma lista de transmissão pelo WhatsApp a clientes e pessoas interessadas. Um dos principais destinos era Lisboa, em Portugal. Pelo menos 12 pessoas compraram passagens no Estado como
se fossem turistas, mas o chefe da Delegacia de Direitos Humanos e Defesa Institucional da Polícia Federal, delegado Guilherme Helmer, acredita que mais capixabas viajaram por meio do esquema ilegal.

O delegado explicou que a agência de viagens, que ficava em uma sala comercial na Praia da Costa, em Vila Velha (ES), funcionou de 2019 a 2023, fechando no segundo semestre do ano passado.

Os sócios alegaram que o fechamento foi necessário devido a problemas financeiros. No entanto, em novembro do ano passado, ainda tinha pessoas viajando, como apontam as investigações.

Pelo serviço ilegal, eles cobravam uma taxa de R$ 700, além do pagamento da passagem de ida. Detalhe: eles faziam roteiro e até contrato. No documento, constava: “serviço de volta cancelada”.

A Polícia Federal começou a apurar o caso depois que uma denúncia foi feita. “Uma pessoa trouxe um desses roteiros pra gente e disse: ‘Olha o que está acontecendo’. Tem uma agência que está oferecendo esse tipo de serviço. Isso é ilegal?’ A gente olhou, analisou e aí foi instaurado inquérito”.

A Polícia Federal cumpriu dois mandados de busca e apreensão em Vitória e Domingos Martins, onde eles moram, em uma operação de combate à migração ilegal.

O valor da passagem de volta, apesar do documento ser emitido até mesmo com a companhia aérea, não era pago pelos clientes.

“Eles conseguiam emitir a passagem sem pagar à companhia, possivelmente por meio de algum arranjo comercial que permitia que fossem emitidas passagens mesmo sem o pagamento”, explicou o delegado.

Serviço oferecido

Por meio de uma lista de transmissão pelo WhatsApp, a empresa
enviava mensagens oferecendo o serviço.

Eram emitidas passagens de ida e volta, feito até contrato de
prestação de serviço de agenciamento de viagens e turismo. No
documento constava “serviço de volta cancelado”.

Taxa

A agência cobrava o valor correspondente ao trecho de ida e mais
uma taxa de R$ 700 pelo serviço (emissão da passagem de ida e
o posterior cancelamento da volta).

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