Sábado, 21 de Dezembro de 2024

Home Política Polícia Federal suspeita que esquema de 692 milhões de reais envolvendo emendas incluía 32 prefeituras

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O grupo investigado pela Polícia Federal (PF) por suspeita de operar um esquema de desvio de recursos públicos, incluindo emendas parlamentares, fez negócios com prefeituras que renderam R$ 692 milhões ao longo dos últimos seis anos. Relatório da investigação aponta indícios de fraude em contratos em ao menos 32 municípios, espalhados em sete Estados.

Outros 10 Estados também são citados na investigação da PF por suspeitas de esquemas envolvendo secretarias estaduais e o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs). A apuração da Polícia Federal aponta que o grupo utilizava sete empresas para fechar contratos com as prefeitura. A principal delas era uma empresa que está em nome de Alex Parente, apontado como líder da organização.

O empresário foi preso em 3 de dezembro ao desembarcar em Brasília de jatinho com R$ 1,5 milhão em uma mala. Sua defesa afirma que vai “esclarecer todos os fatos no curso da investigação e eventual processo”.

Segundo a PF, Parente é sócio de “diversas empresas usadas no esquema”, tendo movimentado “grandes quantias utilizando notas fiscais frias para simular serviços inexistentes”. Na operação em que prendeu o empresário, a polícia apreendeu uma planilha com uma relação detalhada de possíveis contratos com estados e prefeituras.

Entre as prefeituras que contrataram está a de Campo Formoso (BA), comandada por Elmo Nascimento (PSD), irmão do deputado federal Elmar Nascimento (PSD-BA). Segundo a PF, uma das concorrências manipuladas pelo grupo na cidade “envolveu valores elevados que foram direcionados de maneira fraudulenta para empresas do grupo”. A Allpha recebeu R$ 56,9 milhões do município entre novembro do ano passado e setembro deste ano.

O vereador Francisquinho Nascimento, primo de Elmar, foi preso durante operação na semana passada por suspeita de envolvimento com o grupo. Durante a operação, ele foi flagrado jogando uma mala com R$ 220 mil em dinheiro vivo pela janela de sua casa na tentativa de ocultar os valores. A prefeitura do município baiano afirmou, em nota, que “conduz suas contratações dentro das melhores práticas”. Elmar não é alvo da investigação.

Outra cidade que o grupo atuava era Itapetinga (BA), onde os contratos eram assinados por duas empresas do grupo. De acordo com a PF, o esquema se dava por meio da cooptação de servidores municipais, que atuavam para que os pagamentos fossem realizados.

Uma terceira empresa do grupo era utilizada conforme a PF e recebeu R$ 67,1 milhões da Prefeitura de Salvador. Uma das licitações, segundo a polícia, “foi sistematicamente fraudada e os pagamentos superfaturados”. A operação, batizada de Overclean, teve início a partir de irregularidades detectadas pela Controladoria-Geral da União (CGU) em contratos pelo Dnocs, autarquia federal vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Regional.

 

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