Quarta-feira, 15 de Janeiro de 2025

Home Política “População não consegue ver o governo em suas virtudes”, diz Sidônio Palmeira, novo ministro da Secretaria de Comunicação

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O publicitário Sidônio Palmeira tomou posse nesta terça-feira (14) como novo ministro da Secom (Secretaria de Comunicação) do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A cerimônia de posse no Palácio do Planalto formaliza o início da gestão de Sidônio, que nas últimas semanas fez a transição com a equipe do deputado Paulo Pimenta (PT-RS), que deixa a Secom após dois anos no cargo.

Em discurso ao tomar posse, Sidônio elogiou os primeiros dois anos do governo Lula – mas disse que o “bom trabalho” não está sendo visto pela população. Sidônio afirmou que, em dois anos, Lula reorganizou o país, alcançou bons indicadores econômicos e retirou brasileiros da miséria – porém, parte da população não estaria identificando essas mudanças.

“O nosso país voltou a ser respeitado pelo mundo. Mas esse trabalho não está sendo percebido por parte da população. A informação dos serviços não chega na ponta, a população não consegue ver o governo em suas virtudes”, disse.

A Secom é responsável por formular e implementar a política de comunicação do governo federal. Isso inclui gerenciar a publicidade oficial, o relacionamento com a imprensa e a divulgação de programas e ações do Executivo.

Marqueteiro de Lula na campanha de 2022, Sidônio foi escolhido para tentar melhorar a comunicação do governo. Ainda em dezembro, o presidente que faria as “correções necessárias” na área.

Lula entende que a aprovação na faixa de um terço, conforme institutos de pesquisa, está aquém dos resultados do governo, como a alta do PIB (Produto Interno Bruto) e baixa taxa de desemprego.

O presidente também espera que o novo comando da Secom consiga enfrentar a direita nas redes sociais. Sidônio e equipe já tentam nos últimos dias desmentir informações a respeito de taxação nas movimentações financeiras por meio do Pix.

Ao contrário do que circulou pelas redes sociais, a medida não implica em cobrança adicional de impostos – mas o contribuinte deve estar atento porque movimentações atípicas podem gerar problemas para quem não declara seus rendimentos de forma correta.

Elogios ao governo, crítica à Meta

Sidônio voltou a criticar a decisão da Meta de modificar a política de moderação de conteúdo porque afrontam a soberania do país e fomentam um “faroeste digital”. O novo ministro criticou o ambiente digital tomado por informações falsas.

“A mentira nos ambientes digitais, fomentada pela extrema-direita, cria uma cortina de fumaça na vida real, manipula pessoas inocentes e ameaça a humanidade. Esse movimento aprofunda o negacionismo, a xenofobia e as violências raciais e de gênero. Promove um revisionismo histórico sobre a região do charlatanismo, que promete prosperidade imediata e pavimenta a cultura do ódio, do cancelamento e do individualismo”, disse.

“Para fazer frente a esse movimento macabro, não basta apenas chamar um ‘marqueteiro’, como vocês dizem. Precisamos ampliar a nossa concepção do papel da comunicação nesse novo mundo. A comunicação está no centro dos grandes desafios mundiais, e nosso trabalho é compreendê-la em sua complexidade”, seguiu.

Discurso de despedida

Em discurso ao deixar o cargo de ministro, Paulo Pimenta agradeceu Lula pela oportunidade de trabalhar como ministro e recapitulou a carreira política como um “petista raiz” desde os anos 1980.

Ele citou que esteve ao lado de Lula quando o presidente foi preso no âmbito da Operação Lava-Jato, que acompanhou “milhões de petistas” que acreditaram que Lula deixaria a prisão e que encarou nos primeiros dias do atual governo a tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023.

Pimenta disse concordar com a decisão de Lula de mexer na comunicação do governo – e comparou a situação a de um clube de futebol cujo presidente demite o treinador em razão de resultados aquém do esperado.

“O presidente tem toda razão quando ele quer uma sacudida na comunicação. E eu sou o técnico da Secom e reconheço para todos vocês e quero aqui dizer que eu sempre tive carta branca para trabalhar aqui. As limitações do trabalho da Secom têm que ser creditadas a mim”, disse.

Pimenta afirmou que reorganizou a Secom, citou o desafio de enfrentar informações falsas e afirmou ter “absoluta convicção” de que a comunicação dará “um salto na qualidade” na gestão de Sidônio.

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