Sexta-feira, 22 de Novembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 6 de novembro de 2024
É um fato conhecido que o tabagismo, ou vício em cigarro, é um grande fator de risco para infarto, acidente vascular cerebral (AVC), hipertensão e insuficiência cardíaca. No entanto, pesquisadores da Coreia do Sul procuraram entender qual seria o tempo necessário entre o abandono do fumo e a diminuição da possibilidade de desenvolver uma doença cardiovascular.
No estudo publicado pela equipe na revista científica JAMA Network, os cientistas afirmam que ex-fumantes pesados (que fumaram pelo menos 20 cigarros por dia por 8 anos) precisaram de mais de 25 anos para que o risco desaparecesse. Já os ex-fumantes leves voltaram ao risco semelhante ao de pessoas que nunca fumaram logo após abandonarem o vício no cigarro.
“Assim, ex-fumantes pesados devem ser considerados como tendo um risco de DCV equivalente ao de pacientes que continuam a fumar, e o tratamento deve ser planejado de acordo”, apontam os pesquisadores.
Durante a pesquisa, foram analisados dados de saúde de mais de 5 milhões de participantes, provindos do período entre 2006 a 2019. Além disso, idade, quantos anos tinham quando começaram a fumar, quantos cigarros fumavam por dia e a idade quando pararam também foram levados em consideração.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o tabaco mata mais de 8 milhões de pessoas em todo o mundo por ano. Ainda, segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), parar de fumar mais cedo pode aumentar a expectativa. Alguém que para aos 30 anos, por exemplo, ganha quase 10 anos.
“Esses resultados têm implicações importantes para a prática clínica e a saúde pública. Independentemente do status de cessação do tabagismo, o tabagismo e o risco de DCV apresentam uma clara associação dose-resposta, enfatizando a importância de prevenir completamente a iniciação do tabagismo”, concluem.
Largar aos 75 anos traz benefícios?
Publicado no periódico American Journal of Preventive Medicine, um trabalho de cientistas da Universidade de Michigan (UM) analisou dados de mortalidade e de adesão ao tabagismo disponíveis em bancos de dados públicos dos Estados Unidos. Os resultados mostraram que há de fato uma redução significativa da mortalidade precoce mesmo para aqueles que deixam de fumar apenas após os 75 anos – acrescentando quase um ano de vida.
“Vimos uma queda notável no tabagismo entre jovens adultos na última década. No entanto, as taxas entre os adultos mais velhos que fumam permaneceram estagnadas e, até onde sabemos, nenhuma pesquisa havia estabelecido os benefícios de parar de fumar para eles. Queríamos mostrar que parar de fumar é benéfico em qualquer idade e fornecer um incentivo para que as pessoas mais velhas que fumam parem”, explica o autor do trabalho Thuy Le, do Departamento de Gestão e Políticas de Saúde da Escola de Saúde Pública da UM.
Inicialmente, os pesquisadores observaram que, entre aqueles que fumavam desde o início da vida, aos 35 anos eles apresentavam uma redução de em média 9,1 anos na expectativa de vida se continuassem com o hábito até morrer. Aos 65 anos, por exemplo, ainda perdiam 5,9 anos do restante da vida e, aos 75, 4,4 anos.
Porém, os que deixaram de fumar aos 35 anos viram esse número cair para uma redução de apenas 1,1 ano, ou seja, eles recuperaram 8 anos que teriam perdido ao longo da vida caso continuassem a ser tabagistas.
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