Sábado, 23 de Novembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 17 de fevereiro de 2024
Nas últimas semanas, duas cinebiografias passaram a ser muito comentadas: “Back to Black”, sobre Amy Winehouse (1983-2011), e “One Love”, sobre Bob Marley (1945-1981). Mas esses comentários não estão sendo nada positivos e pipocaram antes mesmo de os filmes serem lançados. O que era para ser uma celebração de duas lendas da música virou mera controvérsia.
Entenda por que essas duas produções têm decepcionado fãs e críticos.
“Back to black”, que será lançado em abril, leva o nome do premiado álbum da Amy Winehouse. Foi com ele que a cantora inglesa recebeu cinco estatuetas no Grammy de 2006.
O filme é dirigido pela Sam Taylor-Johnson, que fez o “O garoto de Liverpool”, sobre a história de um jovem John Lennon. Ou seja: “Back to Black” poderia dar certo, é claro.
A diretora disse que o filme sobre Amy conta “uma história maravilhosamente única e trágica da cantora, acompanhada da parte mais importante do seu legado: a música”.
Mas esse comentário não tranquilizou os fãs e a imprensa internacional. No início do mês, foram divulgadas imagens do longa e Marisa Abela, que interpreta a cantora, aparece devastada. O look tem um cabelo super bagunçado e a maquiagem toda borrada. Em outra cena, o ator Jack O’Connell, que interpreta Blake Fielder-Civil, o polêmico namorado da cantora, aparece algemado.
Na vida real, Blake foi o responsável por apresentar Amy às drogas. Ainda há toda a relação problemática do casal, com histórico de agressões, traições e internação em conjunto em uma clínica de reabilitação.
Os fãs têm feito protestos nas redes sociais: escancaram a sensação geral, também da imprensa inglesa e americana, de que o filme vai deixar a história da cantora prodígio e de sua carreira excepcional como segundo plano.
A partir do que foi divulgado até agora, parece que questões tão exploradas pelos tabloides ingleses e sites de fofoca terão o mesmo destaque da parte musical. Na real, o medo é que o destaque seja ainda maior.
É claro que é muito complicado analisar um longa sem ter visto o filme. A questão é que, para parte do fã clube e dos jornalistas musicais, os produtores podem estar querendo lucrar em cima dos momentos mais turbulentos da vida de Amy.
Há também quem ache que é muito cedo para se fazer uma cinebiografia da cantora. Amy morreu em 2011, aos 27 anos. As imagens e histórias de sua morte ainda são muito recentes.
É um caso bem diferente do que aconteceu com cinebiografias de outros grandes astros, como “Bohemian Rhapsody”, que contou a história de Freddy Mercury quase 30 anos após a morte do cantor, e “Elvis”, que acompanhou a vida do rei do rock 45 anos depois de sua partida.
Sem contar que boa parte da história musical da cantora se desenrolou ao mesmo tempo em que ela enfrentava uma batalha contra as drogas, o álcool e o distúrbio alimentar.
Tudo isso sempre foi amplamente divulgado e sem nenhum acolhimento. Muitos fãs se divertiam nos shows de Amy, incluindo os do Brasil, ao vê-la no palco com dificuldades de cantar ou mesmo de caminhar, devido aos problemas da cantora com drogas e álcool.
É inegável o fenômeno musical que foi Amy. Mas fica a pergunta: como contar a vida musical da artista dando o tom correto para todas essas batalhas?
“One Love”
Lançado nesta semana no Brasil, “One Love” está sendo achincalhado pela crítica e por grande parte dos fãs do rei do reggae. Os únicos elogios, no geral, são para o protagonista Kingsley Ben-Adir.
A revista “Variety” escreveu que o filme “desliza para a banalidade da adoração de um herói”. A revista “Time Out” garantiu que o filme tem “intenções sinceras, mas cai muitas vezes no banal”. Já o jornal “Guardian” disse que o filme “não decola de jeito nenhum”.
O site Slant Magazine pegou mais pesado e disse que o filme é “desgrenhado e desarticulado”. E o site do falecido crítico de cinema Roger Ebert definiu que o longa é “desprovido de perspectiva e originalidade”.
O Metacritic, site que calcula uma nota de avaliação com base nos reviews dos críticos, deu 44 pontos dos 100 possíveis para o filme. Filmes com pontuação entre 40 e 60 são considerados medianos. “One Love”, segundo os críticos, está quase no patamar da ruindade mesmo.
Talvez os fãs, ansiosos por um filme do Bob, 42 anos após a morte do cantor, deixem todos esses problemas de lado e foquem apenas na boa atuação do protoganista.
O filme é focado nos anos de 1976 a 1978, após o cantor sofrer uma tentativa de assassinato. Segundo Ziggy Marley, que assina a produção do filme com a mãe e a irmã, esse foi um momento transformador pro pai e mudou a visão de mundo dele.
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