Terça-feira, 26 de Novembro de 2024

Home Economia Preços do café disparam para o maior nível desde 1997 devido a temores com o abastecimento

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Os futuros do café subiram em Nova York para o nível mais alto desde 1997, devido à preocupação com as colheitas dos principais produtores, o que ameaça aumentar ainda mais os custos para os torrefadores e consumidores. O Arábica, a variedade de alta qualidade preferida para as bebidas especiais, subiu até 3% na segunda-feira (25).

Os preços do café dispararam este ano devido a grandes interrupções no fornecimento dos principais produtores, do Brasil ao Vietnã. O preço do Robusta, variedade mais econômica utilizada em bebidas instantâneas, atingiu recentemente seu nível mais alto desde a década de 1970.

Cresceram as preocupações com a desaceleração dos suprimentos do Brasil depois que uma longa seca danificou os cafezais, o que poderia reduzir a produção da próxima temporada.

O analista do Rabobank, Guilherme Morya, escreveu em um relatório que o potencial da safra do próximo ano “certamente foi afetado pelo longo período de seca e calor que afetou as plantações de café Arábica até setembro”.

Isso ocorre mesmo após as chuvas de outubro terem provocado uma “excelente floração” das plantas, acrescentou Morya. Agora, há o temor de que as flores não se fixem nos galhos, o que colocaria em risco as plantações, já que as flores se transformam mais tarde nas cerejas que contêm os grãos.

Além da pressão, existe a possibilidade de que o forte ritmo das exportações de arábica este ano resulte em estoques baixos no final da atual temporada. O Serviço de Agricultura Estrangeira do Departamento de Agricultura dos EUA espera que os estoques de café do Brasil atinjam apenas 1,2 milhão de sacas quando a atual temporada terminar em junho, 26% a menos que no ano anterior.

A recuperação dos preços do café destaca o fato de que algumas commodities agrícolas continuam a afetar os orçamentos dos consumidores, embora os custos dos alimentos no atacado tenham recuado em relação ao recorde atingido no início de 2022. Ao longo da cadeia de suprimentos, os vendedores aumentaram os preços e eliminaram descontos para proteger suas margens.

Os preços do Arábica subiram 64% este ano.

Queda de 5,8%

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) reduziu em 3,5 milhões de sacas de 60 quilos a estimativa de produção de café brasileiro da safra 2024/25, o que corresponde a uma queda de 5,8%. As atuais estimativas de volume ficam em 69,9 milhões de sacas, pressionadas por efeitos climáticos adversos, em particular sobre as lavouras de arábica.

Mesmo com a redução, a safra de café supera, de leve, a colheita de 66,3 milhões de sacas registrada na temporada de 2023/24, informou o USDA na última sexta-feira (22).

Ao separar por espécie de café, o órgão previu que a safra de arábica em 2024/25 deve chegar a 45,4 milhões de sacas, um ligeiro aumento, de 1,1%, em comparação ao ciclo anterior, estimado em 44,9 milhões de sacas. Já a expectativa para a produção de conilon caiu 2%, de 21,4 milhões para 21 milhões de sacas. O novo dado revela os prejuízos de desenvolvimento dos frutos de café causados pelas altas temperaturas e falta de chuvas, intensificados pelo fenômeno El Niño.

A atualização do USDA coloca a projeção do departamento próxima à estimativa da StoneX para a produção em 2024/25, divulgada em 1º de agosto deste ano. “Após uma pesquisa de safra publicada em fevereiro, a StoneX havia estimado a produção em 67 milhões de sacas, sendo 44,3 milhões de sacas de café arábica e 22,7 milhões de sacas de robusta. Durante a colheita, a equipe da StoneX conduziu uma nova pesquisa e, no início de agosto, revisou a estimativa da produção para a temporada, reduzindo-a de 67 para 65,9 milhões de sacas, 1,7% menor”, descreveu o analista Fernando Maximiliano.

Na nova projeção da StoneX, a produção de robusta foi reduzida em 6,8%, totalizando 21,2 milhões de sacas, enquanto a produção de arábica teve um ajuste de 1%, alcançando 44,7 milhões de sacas. A diferença entre a nova estimativa do USDA e a da StoneX é de apenas 500 mil sacas. As informações são do jornal o Globo e do Globo Rural.

 

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