Quinta-feira, 26 de Dezembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 13 de dezembro de 2024
Representantes de diferentes órgãos da prefeitura de Porto Alegre se reuniram nesta semana para discutir como estabelecer um fluxo de atendimento aos chamados “acumuladores”. O termo se refere à indivíduos com transtorno psicológico que os levam a guardar enormes quantidades de materiais sem serventia e até mesmo lixo ou resíduos em suas residências, prática que leva a uma série de riscos.
“Considerando-se a complexidade das situações, foram apresentados três casos de ações realizadas pelo Núcleo de Fiscalização Ambiental da Diretoria de Vigilância em Saúde (DVS)”, ressalta a administração municipal em seu site prefeitura.poa.br.
A diretora adjunta da DVS destaca que as demandas para atendimento aos acumuladores merecem ações intersetoriais, com definição de papéis e trabalho em conjunto:
“Os casos chegam à Vigilância com pedido de eliminação de foco de roedores e vetores, mas esta atividade não resolve o problema em si”, destaca Aline Vieira Medeiros.
Funcionários de diferentes setores da Divisão apresentaram projeto para organização do fluxo de atendimento aos usuários, as derivações desta ação em conjunto e uma proposta de formulário para orientação no atendimento dos casos pelo 156. “A intenção é capacitar a rede intersetorial e trabalhar de forma articulada”, enfatiza a diretora.
Participaram da reunião representantes do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU), Gabinete da Causa Animal, Centro de Referência da Assistência Social Leste 1 e Secretaria Municipal de Saúde (DVS e Assessoria Jurídica). A próxima reunião do Grupo de Trabalho será realizada em fevereiro, em data a ser confirmada.
Entenda
Abordado por diversos programas (sobretudo em canais de TV por assinatura), o transtorno de acumulação abrange situações em que a pessoa mantém excesso de objetos, resíduos ou animais, associada à dificuldade de organização e manutenção de higiene e salubridade do ambiente. Esses casos podem estar relacionados a transtornos mentais ou outras causas.
Esse tipo de caso muitas vezes chega ao conhecimento das autoridades por meio de denúncias de familiares, parentes, amigos ou vizinhos. E tanto o problema quanto a sua solução apresentam nuances complexas, sobretudo devido à resistência do acumulador em aceitar ajuda ou mesmo concordar que precisa se desfazer do excesso de material.
Não é como o colecionismo, que envolve um mínimo de organização, limpeza e maior ou menor grau de direcionamento temático (discos e selos são exemplos clássicos). O acumulador tende a manter objetos de diferentes categorias e sem qualquer tipo de organização ou mesmo critério, pontua a especialista.
Em geral, o tratamento envolve terapia cognitivo-comportamental, que busca entender a forma como as pessoas interpretam e reagem ao que está ao seu redor. Até porque muitas vezes o transtorno está ligado a traumas que podem remontar à infância ou demais etapas da vida.
(Marcello Campos)
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