Terça-feira, 14 de Janeiro de 2025

Home Política Presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann admite que espaço do partido no primeiro escalão do governo pode mudar

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A presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), disse ao jornal Valor que o governo ganha com a chegada do marqueteiro Sidônio Palmeira, futuro ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), e deve melhorar o desempenho da gestão nas redes sociais e o combate às “fake news”.

Gleisi adiantou que o PT cobrará do futuro presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), pautar o projeto de regulamentação das redes, que segundo ela, ficou mais urgente após as novas regras anunciadas pela Meta.

A dirigente reafirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva é candidato à reeleição, e ressaltou que “isso só muda se ele quiser”. Embora seu nome seja lembrado para várias pastas, descartou assumir um ministério na reforma do primeiro escalão. Afirma que vai conduzir a sucessão para o comando do PT – a eleição do novo presidente ocorrerá em 6 de julho. O favorito para substitui-la é o ex-prefeito de Araraquara (SP) Edinho Silva.

Gleisi reconheceu que as mudanças no primeiro escalão podem impactar os espaços do PT, que controla 12 pastas, inclusive os quatro ministérios que funcionam no Palácio do Planalto, além do Ministério da Fazenda. “Estou esperando o presidente Lula me chamar para tratar desse assunto”, afirmou.

Conhecida pela postura incisiva em relação ao ex-presidente do Banco Central Roberto Campos Neto, a dirigente petista alertou que continuará criticando os juros altos, mesmo sob a gestão de Gabriel Galípolo, nomeado por Lula. Contudo, ela alega que o novo presidente da autoridade monetária teria perfil distinto do antecessor. Segundo ela, Galípolo “é a favor do Brasil”.

Na avaliação da deputada, Campos Neto teria estimulado a narrativa de irresponsabilidade fiscal do governo desde o início do terceiro mandato de Lula.

Desde o início da atual gestão do petista, agentes do mercado financeiro têm demonstrado desconfiança com a gestão das contas públicas, principalmente por sinalizações do próprio Executivo, como a flexibilização das metas fiscais para os próximos anos anunciada no início do ano passado. Declarações do próprio Lula questionando a necessidade de cortes de gastos no ano passado também causaram estresse em 2024.

Gleisi argumenta que o ex-presidente do BC não reconhece uma redução no déficit primário do setor público que foi de 2,29% do PIB em 2023 (segundo a autoridade monetária), e deve cair para 0,1% do PIB em relação a 2024, conforme estimativa do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Para a dirigente, Campos Neto teria “sabotado” a gestão Lula, enquanto sustenta que Galípolo atuará para “mudar a perspectiva do mercado sobre o Brasil”. O Copom, todavia, tem votado à unanimidade pela alta da Selic, enquanto Campos Neto e Galípolo demonstraram alinhamento em declarações sobre o risco fiscal.

O ex-presidente do Banco Central ponderou, em setembro, em meio à alta dos juros futuros, que essa piora de percepção sobre o risco fiscal parecia “exagerada”. Por sua vez, Galípolo rechaçou que a escalada do dólar fosse vista como “ataque especulativo”, afirmando que o mercado não é “monolítico”.

A presidente do PT ressalta, todavia, que não se justificaria o comportamento pessimista do mercado em relação ao governo, porque os dados da economia são positivos, como a expansão do PIB, projetada em 3,5% em relação a 2024, e a taxa de desemprego em 6,1% segundo o IBGE.

Gleisi citou como exemplo de políticas bem-sucedidas a retomada da indústria nacional, que vem gerando “oportunidades para os jovens”. Segundo ela, houve um crescimento de 75% no número de empregos na indústria entre janeiro e setembro do ano passado, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), sendo que 57,4% das vagas foram ocupadas por jovens entre 18 e 24 anos.

Nesse cenário, Gleisi aposta na estreia de Sidônio à frente da comunicação do governo para fazer as boas notícias chegarem à população, ao mesmo tempo em que deverá incrementar o enfrentamento às notícias falsas. “Ele traz a bagagem da campanha, conhece as propostas e tem proximidade com Lula”, afirmou. Mas defendeu o ex-ministro Paulo Pimenta (PT-RS). “Ele desempenhou um papel importante, fez o enfrentamento necessário”, observou.

A dirigente afirma que a recente mudança na política de checagem de conteúdo anunciada pela Meta, que controla Instagram e Facebook, agravou o cenário da disputa política nas redes sociais. Observou que o “algoritmo” tende a turbinar conteúdos polêmicos e, na maioria das vezes, falsos ou ambíguos. “Precisamos virar esse jogo”, alertou.

Ela reconheceu que houve erros nas tentativas anteriores de votarem a proposta relatada pelo deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), que sofreu bombardeio, principalmente, das bancadas evangélicas e de extrema direita. Ponderou, todavia, que a reviravolta com a Meta deve contribuir para convencer deputados do Centrão a apoiarem a regulamentação das redes. “Porque eles também são vítimas de ‘fake news’ em suas bases”, observou.

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