Domingo, 19 de Janeiro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 18 de janeiro de 2025
A primeira reunião ministerial do ano, marcada para esta segunda-feira (20), acontecerá no pior momento do governo desde 2023. O encontro ocorre em meio ao dólar acima de R$ 6, dos juros em trajetória de alta e do festival de erros no episódio do Pix.
O encontro servirá para Lula dar seus recados, como é de praxe. Será aberto com uma fala do presidente. A ideia inicial é que o seu pronunciamento lembre dos “avanços e conquistas” do governo, conforme relata um auxiliar com assento no Palácio do Planalto — assim como fez na primeira reunião de 2024. E, também assim como o correu nos encontros ministeriais anteriores, enfatizará que ainda falta muito a ser feito. Essa parte da reunião deve ser aberta, seguindo uma receita clássica.
“O presidente quer fazer um balanço dos dois anos de governo, das medidas que foram votadas, do que faremos juntos. Para cada vez mais estarmos alinhados, atuando junto, o governo integrado”, disse o ministro da Casa Civil, Rui Costa, ao lado do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Na ocasião, ambos haviam participado do que Haddad classificou de uma reunião de “rotina do governo”. O encontro foi apenas com os dois auxiliares e suas equipes.
Momento fechado
Logo depois, já com o salão fechado, cada ministro falará sobre o que pretende executar em 2025 — embora alguns deles não conseguirão de fato fazer nada, pois dentro de um mês uma reforma ministerial mudará parte da equipe.
Nesta parte fechada da reunião é possível que Lula dê alguns puxões de orelha na equipe a julgar pelo retrospecto dele neste seu terceiro governo. Não falta ministro que mereça.
Além da polêmica do Pix, outros pontos devem ser cobrado por Lula. O próprio ministro Haddad já admitiu que o governo errou em anunciar o pacote de corte de gastos em conjunto com a proposta de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil.
O anúncio casado gerou frustração entre analistas e agentes do mercado financeiro, que, apesar de o governo ter dito que a medida seria neutra em termos de gastos públicos, porque seria compensada com o aumento de impostos para a alta renda, não receberam bem a mistura de corte de gastos e renúncia na arrecadação.
Encontro
Lula teve a última reunião com ministros em 20 de dezembro, um dia depois de ter retornado a Brasília de São Paulo, onde realizou uma cirurgia para drenar um sangramento intracraniano. O encontro, que teve a presença de todos os 38 ministros e dos líderes do governo no Congresso, não foi exatamente uma “reunião ministerial”, e sim um almoço de confraternização no Palácio do Alvorada.
Na ocasião, não houve declaração à imprensa, mas Lula sinalizou a iminência de trocas na comunicação no governo ao convidar o publicitário Sidônio Palmeira para o almoço. O que acabou se confirmando no início de janeiro, com a demissão de Paulo Pimenta da Secom e o ingresso de Sidônio na pasta.
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