Domingo, 27 de Outubro de 2024

Home em foco Procurador-geral da Venezuela diz que Lula mentiu e chama acidente doméstico de “farsa”

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O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, questionou nesse sábado (26) o acidente doméstico sofrido pelo presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e o acusou de usar o evento como “álibi” e “engano” para impedir a inclusão do país sul-americano entre os parceiros do Brics em reunião de cúpula realizada em Kazan, na Rússia.

“Fontes diretas e próximas do Brasil me informam que o presidente Lula da Silva manipulou um suposto acidente para usá-lo como álibi para não comparecer à recente cúpula do Brics, e que essa versão não passou de uma farsa para perpetrar o veto contra a Venezuela”, afirmou em um comunicado divulgado nas redes sociais.

O presidente brasileiro cancelou a viagem à Rússia para a cúpula do Brics durante esta semana por recomendação médica após sofrer um acidente doméstico em que bateu a nuca e precisou receber cinco pontos. Três dias após o acidente, a equipe médica indicou que o presidente está em situação “estável” e “apto” para exercer a rotina de trabalho. Nessa sexta-feira (25), ele apareceu com pontos na nuca. Por causa do acidente, Lula também cancelou uma viagem que faria à Colômbia na semana que vem para participar da COP da Biodiversidade em Cali. Na reunião em Kazan, na Rússia, o presidente foi representado pelo chanceler Mauro Vieira.

“O que era um forte boato, infelizmente parece ser corroborado por um vídeo divulgado ontem, onde o presidente Lula é visto saudável, usando suas faculdades e agindo com total cinismo (…) Lula reapareceu sorridente e ileso, mostrando que ele usou esse ‘acidente’ para mentir para o Brasil, os Brics e o mundo inteiro, fato pelo qual ele deve ser investigado”, disse Saab.

O governo de Nicolás Maduro considerou “uma agressão” o veto do Brasil à inclusão da Venezuela no novo grupo de países parceiros do bloco. O Brics originalmente foi formado por Brasil, Rússia, China e Índia, acrescentando a África do Sul pouco tempo depois. Em 2023, incluiu Egito, Irã, Etiópia e Emirados Árabes Unidos como membros, enquanto a Arábia Saudita, também convidada, ainda não deu seguimento ao processo de entrada.

Em Kazan, 13 países foram admitidos como parceiros do bloco, entre eles, dois latino-americanos: Cuba e Bolívia. Também entraram Turquia, Indonésia, Bielorrússia, Malásia, Uzbequistão, Cazaquistão, Tailândia, Vietnã, Nigéria, Uganda e Argélia. A Venezuela e Nicarágua foram barradas pelo veto brasileiro.

“Quebra de confiança”

O assessor Internacional de Lula, Celso Amorim, disse que o veto tinha relação com uma “quebra de confiança” por parte do regime de Maduro. De acordo com Amorim, o venezuelano prometeu a Lula divulgar as atas eleitorais da votação de 28 de julho, na qual ele foi proclamado presidente reeleito pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) — controlado pelo chavismo — em meio a denúncias da oposição de fraude. Até o momento, o órgão não publicou as atas, como a lei exige.

Na tentativa de pressionar o bloco, Maduro chegou de forma inesperada a Kazan na terça-feira, no dia em que começou a cúpula, contando com o apoio da Rússia de Vladimir Putin para contornar o veto brasileiro, mas a manobra não rendeu frutos.

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