Quinta-feira, 30 de Janeiro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 29 de janeiro de 2025
O PSDB e o MDB estão em conversações para analisar a viabilidade de uma fusão, impulsionados pela iniciativa do deputado Aécio Neves. No entanto, essa proposta enfrenta resistência interna, especialmente do presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, que prefere buscar uma aliança com o PSD.
As divergências entre os grupos de Aécio e Perillo estão dificultando a definição de estratégias eleitorais, especialmente com a saída de governadores tucanos para o PSD. Perillo, que almeja retornar ao governo de Goiás, se prepara para enfrentar o vice-governador Daniel Vilela, que é o candidato do MDB. Ele menciona que ainda estão sendo consideradas diversas opções de aliança com outros partidos, incluindo Solidariedade e Podemos, o que pode alterar o cenário político na região.
“A gente está conversando com vários partidos, temos sido procurados por vários. Não há nenhuma definição. Qualquer que seja a solução vai implicar na flexibilidade de um lado e do outro, caso contrário não vai ter acordo com ninguém. São disputas que são históricas e tradicionais”, declarou Perillo.
Já a aproximação com o partido de Kassab, que hoje integra a base do governo federal, desagrada Aécio. A avaliação é de que esta união poderia dificultar seus planos de concorrer ao Senado no próximo ano. Em Minas Gerais, seu estado de origem, o PSD tem em seu quadro o atual presidente da Casa, Rodrigo Pacheco, e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.
Em nota, Aécio afirmou que tem defendido um alinhamento com “forças políticas” longe dos extremos. Ele também saudou Marconi Perillo: “A avenida do centro vem se ampliando. E o PSDB tem uma grande responsabilidade em ajudar a fortalecer esse campo. Trabalharei ao lado do Presidente Marconi, dos nossos Governadores e de inúmeras outras lideranças do partido para chegarmos a esse objetivo”, disse em trecho.
Possível debandada
Atrativo por oferecer recursos e tempo de televisão, o PSD vinha negociando com governadores tucanos que serão candidatos à reeleição em 2026 — Raquel Lyra, em Pernambuco, e Eduardo Riedel, em Mato Grosso do Sul. Neste contexto, a possibilidade de federação freia os convites já feitos.
Tanto Lyra quanto Riedel não haviam anunciado formalmente suas desfiliações, mas vinham sendo cortejados e não descartavam deixar o PSDB. Agora, ambos aguardam o desfecho da negociação.
No caso de Lyra, a saída do PSDB envolveria uma aproximação com o presidente Lula (PT), a quem seu atual partido faz oposição. Resta saber se a união das duas siglas levaria a federação hipotética à base do governo federal. Caso contrário, não solucionaria o impasse com a pernambucana, que pretende neutralizar a influência do prefeito João Campos (PSB) junto ao Palácio do Planalto de olho nas eleições para o governo do estado.
Como MDB e PSD estão na base do governo federal, a tendência é que a fusão venha tirar os tucanos da oposição, o que resolveria os impasses com os dois governadores.
Entretanto, o único senador do PSDB, Plínio Valério (AM) afirma que pode sair do partido caso haja fusão com o PSD.
“Não tenho como continuar numa fusão dessa natureza. [Se houvesse] uma federação ou fusão com um partido do nosso tamanho ou menor, talvez eu pensasse em ficar. Mas sou daqueles que esperam primeiro a coisa concretizar para tomar posição”, diz Plínio.
No Ar: Pampa Na Tarde