Sexta-feira, 21 de Fevereiro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 20 de fevereiro de 2025
A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outras 33 pessoas pela tentativa de golpe de Estado em 2022. Entre os denunciados há apenas uma mulher: Marília Ferreira de Alencar, ex-diretora de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública do DF na gestão de Anderson Torres.
Conforme o documento da PGR, as condutas de Marília de Alencar, Anderson Torres e do ex-número 2 da Secretaria de Segurança Pública à época dos ataques, Fernando de Sousa Oliveira, “revelaram descumprimento deliberado do dever que se lhes impunha, no âmbito das suas responsabilidades na segurança pública, de prevenir exatamente as barbaridades ocorridas”.
À época delegada da Polícia Federal (PF), Marília foi chamada para o cargo de subsecretária de Inteligência por Anderson Torres, ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro e ex-secretário de Segurança Pública do DF. Antes de assumir a função na Secretaria de Segurança do DF, ela havia atuado como diretora de inteligência da secretaria de operações integradas do Ministério da Justiça, também a convite de Torres, quando ele comandava a pasta.
Em depoimento à PF, Marília disse que conheceu Anderson Torres por ele também ser delegado da corporação e atuante da Associação Nacional de Delegados de Polícia (ADPF), onde foi diretora parlamentar. Durante a CPI dos Atos Antidemocráticos na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), em março de 2023, Marília Ferreira Alencar declarou que as forças de segurança da capital foram informadas sobre a intenção dos bolsonaristas de invadirem prédios públicos.
À época, ela negou que a Inteligência da Secretaria de Segurança Pública tenha falhado. De acordo com Marília, a inteligência da secretaria identificou “falas adversas” dos bolsonaristas, como sobre a invasão de prédios públicos. No entanto, ela afirmou que as falas “não tinham coordenação”. Apesar disso, a ex-subsecretária disse que todo material foi repassado às forças de segurança da capital.
Já no depoimento à Polícia Federal, Marília declarou que forças de segurança de diversos órgãos participavam de um grupo de Whatsapp onde eram repassadas, desde o dia 6 de janeiro, informações sobre as movimentações dos grupos contrários ao resultado do segundo turno das eleições para a presidência da República.
À PF, a ex-subsecretária disse ainda que, a partir das 14h30, “as ações violentas tomaram um grande vulto com as ações de invasão e depredação dos prédios dos poderes públicos”. Ela disse que a secretaria repassou todas os dados obtidos para a Polícia Civil e a Polícia Federal.
Na denúncia apresentada na terça-feira (18), a PGR aponta que, apesar do compartilhamento das informações pelo grupo na rede social, “foi somente às 16h50 que a Subsecretária de Inteligência Marília Ferreira Alencar enviou a sua primeira mensagem no grupo, informando: ‘Força Nacional subindo agora pro Palácio’”.
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