Domingo, 05 de Janeiro de 2025

Home Saúde Quetamina revoluciona no tratamento da depressão

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Com o avanço da medicina e da tecnologia, novos tratamentos têm sido descobertos e aumentam as possibilidades para pacientes que não respondem às terapias convencionais. A depressão se enquadra nesse caso: estima-se que 1 a cada 3 pacientes diagnosticados não responde aos tratamentos disponíveis, além dos medicamentos demorarem para surtir efeitos.

Uma alternativa que surgiu nos últimos anos vem de uma substância que já é utilizada na medicina como anestésico: a quetamina. A quetamina tem apresentado bons resultados para esses pacientes e seu uso tem sido mais disseminado nos Estados Unidos, à medida que a quantidade de dados clínicos e do mundo real aumenta.

No Brasil, ainda em menor escala, o uso do medicamento também tem se popularizado nos consultórios psiquiátricos. Isso se deve, principalmente, à aprovação pela Anvisa no Brasil, em 2020, do cloridrato de escetamina, uma terapia desenvolvida a partir da quetamina com aplicação intranasal. Ela é utilizada em casos de depressão resistente ao tratamento e de Transtorno de Depressão Maior com ideação suicida aguda. Além de atuar em uma área diferente do cérebro que os antidepressivos do mercado, a substância traz efeitos mais rápidos, o que pode contribuir com uma redução de casos graves da doença e na diminuição de suicídios.

Essa preocupação com a eficácia e velocidade se justifica: os antidepressivos convencionais demoram entre 4 e 6 semanas para surtir efeito, o que pode ser um período muito longo para casos onde há um risco iminente que o paciente possa tentar um suicídio, segundo Humberto Corrêa, psiquiatra e professor titular de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Para ele, “os pacientes precisam hoje de drogas que sejam efetivas em todos os quadros depressivos. 30% dos pacientes com depressão resistente ao tratamento é muita coisa. E nós precisamos de drogas que façam efeito mais rapidamente. Isso nos coloca em uma situação muito difícil. Ao paciente em primeiro lugar, mas a nós profissionais de saúde em uma situação muito difícil muitas vezes”.

Nesses casos, os profissionais podem indicar a substância, que é tida como uma grande revolução dos fármacos para o tratamento de depressão, mas que ainda é desconhecido por grande parte da população, especialmente aquela com depressão resistente ao tratamento.

Estigma

Dados da Pesquisa Vigitel de 2021 apontam que cerca de 11,3% da população relataram ter recebido um diagnóstico de depressão. No entanto, esse número deve ser bem maior, já que o estigma e a dificuldade de acesso fazem com que grande parte da população demore para buscar ajuda e tratamento.

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