Quinta-feira, 13 de Março de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 12 de março de 2025
Poucos meses depois de anunciar o desejo de se tornar presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ronaldo Fenômeno desistiu oficialmente da candidatura nesta quarta-feira. O ex-jogador revelou em suas redes sociais que não vai concorrer ao cargo contra o atual presidente, Ednaldo Rodrigues, porque não conseguiu apoio das federações estaduais.
Segundo Ronaldo, vinte e três das 27 federações se negaram a receber o ex-jogador, com a justificativa de que estão felizes com a gestão de Ednaldo e querem reelegê-lo. Para se candidatar à presidência da CBF, o Fenômeno precisaria do apoio formal de quatro das 26 federações estaduais e a do Distrito Federal, além de quatro clubes das Séries A e B.
“No meu primeiro contato com as 27 filiadas, encontrei 23 portas fechadas. As federações se recusaram a me receber em suas casas, sob o argumento de satisfação com a atual gestão e apoio à reeleição. Não pude apresentar meu projeto, levar minhas ideias e ouvi-las como gostaria. Não houve qualquer abertura para o diálogo”, escreveu Ronaldo.
Os rumores de que o ex-jogador poderia ser candidato se iniciaram na metade de 2024, quando ele negociou a venda de 90% das ações da SAF do Cruzeiro. A intenção se tornou cristalina em 16 de dezembro, quando ele foi tema de uma reportagem no “Jornal Nacional”, da Globo, que anunciou o ex-jogador como aspirante à presidência da CBF.
Ronaldo tinha a intenção de apresentar às federações “um projeto de investimento privado nunca antes visto para o crescimento sustentável do esporte em cada estado do país” e “reconstruir a credibilidade da entidade máxima do futebol brasileiro, com a nossa velha paixão nos novos tempos”, porque, segundo o Fenômeno, o respeito do futebol brasileiro precisa ser resgatado.
Processo eleitoral
O processo eleitoral da CBF é baseado em um sistema de pontos. Os votos das federações estaduais têm peso 3 (totalizando 81 pontos), os votos dos clubes da Série A têm peso 2 (somando 40 pontos), e os votos dos clubes da Série B têm peso 1 (somando 20 pontos). Ou seja, se 24 das 27 federações estaduais decidirem apoiar um candidato, ele atingiria 72 pontos, e a eleição estaria definida, já que a soma de todos os outros votos não ultrapassaria 69 pontos.
A CBF atravessou um litígio judicial nos últimos dois anos que envolveu o afastamento de Ednaldo Rodrigues, que foi reconduzido ao cargo no início do ano passado. Em fevereiro deste ano, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) declarou extinta a ação que questionava as regras eleitorais na CBF, conferindo legitimidade ao processo que levou Ednaldo ao poder.
No mês passado, Ronaldo publicou uma carta aberta pedindo à Fifa que supervisionasse a eleição para a presidência da CBF e garantisse a isonomia do processo. Para ele, os mecanismos para lançar as candidaturas existem com o objetivo de impedir que a atual gestão deixe o poder.
Com a desistência de Ronaldo, Ednaldo Rodrigues, atual presidente da confederação, tem caminho livre para a reeleição. Ele tem uma janela de um ano para marcar o pleito — do fim deste mês até 22 de março do ano que vem, quando seu mandato chega ao fim.
No Ar: Pampa Na Madrugada