Domingo, 05 de Janeiro de 2025

Home Colunistas Safety in the work (16): PPR – Cartuchos químicos

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Capítulo XIII – Continuação… 4 2.- Respiradores com Cartuchos Químicos

Vamos lembrar que Respiradores não são Máscaras. São aquelas peças faciais de ¼ ou de ½ face e, pois, só cobrem a boca e o nariz. Os Respiradores com Cartuchos Químicos brindam proteção contra concentrações leves de certos gases ácidos, gases alcalinos, vapores orgânicos e vapores de mercúrio, utilizando vários filtros químicos para purificar o ar inalado. De modo algum pode ser usado em concentrações maiores do que 0,05% ou no máximo 0,1% por volume.

Muitos gases e vapores são perigosos ou irritantes ao respirar ou serem ambos simultaneamente, mesmo em baixíssimas concentrações. Mas mesmo que não sejam imediatamente perigosos a vida ou a saúde, eles podem causar náuseas, dores de cabeça ou mesmo causarem distúrbios mentais passageiros, expondo a riscos o usuário durante sua tarefa. Os vapores orgânicos tais como vapores de acetona, álcool, benzina, tetracloreto de carbono e gasolina ou os gases ácidos como Cloro, Dióxido sulfúrico, ou ainda gases de amônia ou mercúrio, são os que mesmo em leves concentrações, são motivo de atenção e permanente cuidado.

Sendo os Respiradores composto de peça facial pequena, ele é preso frente as vias respiratórias (nariz e boca) por tirantes ajustáveis e, por seu tamanho e estrutura, obviamente, não suportam grandes e pesados filtros presos à ele. São dimensionados para suportar sem perturbar o usuário, com peso, tamanho e forma a brindar uma proteção, sem atrapalhar a visão, sem sobrecarregar ou afrouxar os tirantes e, normalmente são rosqueados ou encaixados sob pressão de modo que o ar tenha que passar pelo seu conteúdo filtrante, sem possibilidade de ingresso via deslocamento da peça facial ou da válvula de exalação. A válvula de exalação é sempre um ponto de verificação de funcionamento, a cada vez que o Respirador for ser usado. O composto químico filtrante dentro dos cartuchos, varia de acordo com a origem do produto químico dominante no ambiente, que deverá ser purificado por ele. É fundamental quer a massa filtrante seja compactada com absoluta homogeneidade de forma que o ar contaminado ao ingressar na massa filtrante não encontre caminhos e/ou atalhos por onde fluirá mais rápido. Assim como a água encontra frestas, rachaduras, poros e cria caminhos ‘mais fáceis’ para seguir seu curso. Se a massa filtrante não for bem compactada, certamente isso acontecerá e, então, de pouco adianta fazer uso do respirador.

Para diferentes poluentes, diferentes cartuchos devem ser usados. Assim, para Vapores Orgânicos é um determinado tipo, para Gases Ácidos é outro, para Amônia é outro, para Mercúrio é outro. Cada fabricante tem uma designação de identificação para a aplicação de cada cartucho. Como são Respiradores leves e os cartuchos são para baixas concentrações, embora perigosas, seu tempo de duração e sua capacidade reagente é limitada, estimando-se como média de tempo de uso, 8 horas de trabalho contínuo. Contudo fatores intervenientes ocasionais podem determinar uma saturação mais rápida, na ocorrência, p.ex., de um pico inesperado de concentração. Quando isso acontece o que serve de alerta e ação imediata é a de sentir o cheiro o poluente e/ou de ‘trancar’ a passagem do ar, tendo que fazer muita força para respirar. Isso requer a imediata troca do cartucho.

Esses Respiradores são os, normalmente, utilizados para a jornada de trabalho onde faz parte do processo a presença desses gases ou vapores. Contudo existem certas indústrias químicas ou de operações especiais onde, normalmente, embora lidem e trabalhem com elementos químicos altamente perigosos, esses elementos não estão presentes no ar ambiente, pois ficam ou estão enclausurados em tanques, tubulações, pipelines e, em nenhum momento, pessoas tem contato com o produto, seja ele final ou componente do composto fabricado. Mas pode acontecer acidentes. Rompimento de tubulação, de válvulas, de registros, de chaves, de explosões ou incêndios e, se uma coisa dessas acontece, pode pôr em risco a vida de todos funcionários da empresa. Do Presidente ao mais modesto Serviços Gerais. Uma planta que opere com Cloro é um local onde essa possibilidade é relevante e severamente recomendada. Para essas situações onde não existe exposição, mas poderá existir, recomenda-se que TODOS, inclusive visitantes eventuais, devem usar o tempo todo, preso à cintura, o chamado Respirador de Fuga, pois em caso de emergência a pessoa vista (ou segue) sobre o nariz e a boca esse EPI e, rapidamente, deixe a área de risco. O Governo tem uma lista da aplicação desses cartuchos e os testa e aprova (ou não) para a aplicação que o fabricante indica, fornecendo o competente Certificado de Aprovação (CA).

Na próxima edição nº 17 seguiremos com os Respiradores destacando onde podem e não podem ser usados e dando a lista dos produtos químicos que, sob hipótese nenhuma podem ser usados.

(Luiz Carlos Sanfelice – lcsanfelice@gmail.com)

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