Sábado, 23 de Novembro de 2024

Home Cultura Saiba o que foi decifrado graças à Pedra de Roseta; e mais três fatos sobre um dos objetos mais valiosos da história

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“É uma pedra cinza, do tamanho de uma daquelas malas grandes com rodinhas que as pessoas levam para os aeroportos, e as bordas ásperas mostram que foi quebrada de uma pedra maior, com as fraturas cortando o texto que cobre um lado. E quando você lê esse texto, também é muito chato: é sobretudo jargão burocrático sobre concessões fiscais.”

Foi desta forma pouco atraente que o então diretor do British Museum, em Londres, Neil MacGregor descreveu a Pedra de Roseta em 2010 para um programa da BBC.

Ele acrescentou, no entanto, que esse “pedaço de granito monótono” era tema de histórias fascinantes, como a luta pela sobrevivência dos reis gregos que governaram o Egito depois de Alexandre, o Grande, assim como a disputa entre Inglaterra e França pelo Oriente Médio.

Mas há uma história que é a mais fascinante de todas – e que fez desta pedra um dos objetos mais valiosos do museu: a corrida para decifrar os hieróglifos egípcios, que completam 200 anos.

O que são hieróglifos?

Estes signos típicos da civilização egípcia, que originalmente representavam um objeto visualmente, mas depois desenvolveram para a forma de representar palavras, foram reproduzidos por milhares de anos, a partir de 3.000 a.C., em estátuas, túmulos e papiros.

Como foram decifrados?

Em 1798, as tropas napoleônicas invadem o Egito. Elas não estão sozinhas, estão acompanhadas por uma equipe de estudiosos, herdeiros dessa necessidade de compreender a antiga civilização egípcia.

Um ano depois, perto da cidade de el-Rashid (Rosetta), soldados franceses encontram uma pedra enquanto escavavam as fundações da extensão de um forte.

O que diz?

A disputa pelo Egito não começou no crepúsculo do século 18 entre ingleses e franceses.

Apesar de ter sido uma das civilizações mais poderosas da História Antiga, ou talvez justamente por isso, o território que abriga o Rio Nilo foi invadido por persas, gregos, romanos, bizantinos, árabes e turcos otomanos, antes de Londres e Paris ficarem de olho nele.

Quando a pedra foi inscrita em 196 a.C., no primeiro aniversário da coroação de Ptolomeu 5º, a dinastia ptolomaica havia governado o Egito por um século. O primeiro Ptolomeu foi um dos principais generais de Alexandre, o Grande, que invadiu o Egito e depois a Pérsia, antes de morrer na Babilônia em 323 a.C..

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