Domingo, 12 de Janeiro de 2025

Home Brasil Saiba por que ministros do Supremo evitaram descer a rampa do Planalto no 8 de janeiro

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Assim como os comandantes militares, os cinco ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) presentes na cerimônia convocada por Lula para marcar os dois anos dos ataques de 8 de janeiro de 2023 também evitaram descer a rampa do Palácio do Planalto para se juntarem a militares na Praça dos Três Poderes.

“O ato foi institucional até o primeiro minuto. Depois, virou comício”, diz um integrante da Corte.

Luiz Edson Fachin, Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Gilmar Mendes e Cristiano Zanin estiveram na cerimônia. A decisão de não participar do ato na praça reflete uma postura cautelosa em relação ao evento, que rapidamente se transformou de uma cerimônia oficial em um comício. A presença dos ministros foi marcada por um tom de formalidade, mas a mudança de caráter do evento gerou desconforto.

A cerimônia, que tinha como objetivo lembrar os ataques, acabou se desvirtuando, segundo a análise de membros da Corte. Essa situação evidencia a tensão entre os poderes e a necessidade de manter a institucionalidade em momentos de crise política. A escolha dos ministros de se manterem no Palácio do Planalto ressalta a importância de preservar a separação entre as funções do Estado e a mobilização popular.

Ataques de 8 de janeiro

A tentativa de golpe começou com uma caminhada no início da tarde daquele 8 de janeiro de 2023. Golpistas convocados por redes sociais e vândalos que estavam acampados há meses em frente ao Quartel General do Exército seguiram em direção à Esplanada dos Ministérios.

O Congresso Nacional foi o primeiro a ser atacado. Os vândalos entraram pelo Salão Negro e chegaram ao Salão Verde. Quebraram vidros, móveis, obras de arte. No plenário do Senado, pisaram nas cadeiras, ocuparam a mesa diretora, escorregaram na rampa de acesso à tribuna.

A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal concluiu que os golpistas agiram com a intenção clara de derrubar um governo democraticamente eleito com uso de meio violento em favor de Jair Bolsonaro e atuaram de forma conjunta, e ainda estão no Supremo ainda as investigações sobre os organizadores e financiadores dos atos golpistas, responsáveis por um prejuízo que passa de R$ 26 milhões nos Três Poderes.

Em dois anos de investigações, o STF condenou 371 pessoas que incitaram ou praticaram os atos.

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