Quinta-feira, 26 de Dezembro de 2024

Home Economia Saiba quem é Eliseu Martins, sócio do ex-dirigente do Itaú acusado pelo banco de violar normas

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Uma das maiores referências em contabilidade do País, Eliseu Martins, 79 anos, mantinha sociedade com Alesxsandro Broedel, ex-diretor do Itaú Unibanco. Segundo investigações do banco, ele prestava serviços à instituição financeira na produção de pareceres sem que essa relação fosse conhecida pelo Itaú.

Consultor, palestrante e parecerista da área contábil, Martins é bacharel, doutor e livre-docente pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da Universidade de São Paulo (USP). É também professor emérito da instituição.

Martins foi diretor da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) entre 1985 e 1988, quando, em meio à hiperinflação, implantou a correção monetária integral dos balanços. Participou da implantação das Normas Internacionais de Contabilidade (IFRS) no Brasil e voltou a integrar o colegiado da CVM entre 2008 e 2009 para atuar nesse processo.

Ele foi também diretor de fiscalização do Banco Central (BC) entre 1990 e 1991. Entre outros postos de destaque já ocupados, estão o de representante do Brasil junto à Organização das Nações Unidas (ONU) para assuntos de Contabilidade e Divulgação de Informações; o de diretor da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac); e o de integrante do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC).

Martins é autor de diversos livros na área contábil, como “Análise didática das demonstrações contábeis”, “Contabilidade de Custos”, “Contabilidade introdutória” e “Análise avançada das demonstrações contábeis – uma abordagem crítica”.

Ele é sócio das empresas Care Consultores, que prestava serviços para o Itaú, e da Broedel Consultores Associados, ao lado ex-CFO do banco Alexsandro Broedel.

Código de Ética

Alexsandro Broedel Lopes está sendo acusado pelo banco de violar “gravemente o Código de Ética da instituição”. A instituição financeira diz ter encontrado “fortes indícios” de que a consultoria que fornecia pareceres ao banco tinha o executivo como sócio. Entre 2019 e 2024, informou o Itaú, foram identificadas 23 transferências bancárias somando R$ 4,86 milhões e que teriam sido direcionadas a Broedel.

Na última sexta-feira (6), o Itaú entrou com ação na Justiça em São Paulo para impedir que pagamentos ainda por vencer por pareceres contratados prescrevam, pedindo a reparação de danos de forma a reaver os valores suspeitos de desvio pelo ex-diretor financeiro.

As acusações ocorrem pouco após a demissão de Eduardo Tracanella, então diretor de Marketing, por mau uso do cartão corporativo. Os dois casos, porém, não estão ligados.

Broedel trabalhou no banco de maio de 2012 a julho deste ano, sendo como diretor financeiro desde 2021 até a sua saída. Ele pediu para deixar a companhia para assumir um cargo no Santander, na Espanha. Mas acabou desligado do Itaú em setembro, após a conclusão das investigações, enquanto estava em período de carência e ligado administrativamente ao banco, mas licenciado. As informações são do Valor Econômico e do jornal O Globo.

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