Quarta-feira, 27 de Novembro de 2024

Home Saúde Saiba se os olhos da criança podem ser afetados pelas telas de celulares e tablets

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É fato que o ambiente digital não se desvincula mais da rotina das famílias, marcando presença constante também, em maior ou menor escala, na vida das crianças. Mas normalizar as telinhas no dia a dia, não é o mesmo que dizer que elas são inofensivas, sobretudo quando falamos da saúde dos olhos, a nossa ponte de interação com o virtual.

Quando se está na posição de descanso, os olhos estão focados para longe. Para se conseguir trazer o foco próximo a pessoa, a musculatura dos olhos precisa ser contraída. Então, à medida que a criança olha para um celular, um computador ou qualquer item que esteja perto, o trabalho e o esforço dos olhos são muito maiores do que algo à distância.

Então, isto quer dizer que olhar para um livro e um tablet vai afetar os olhos do pequeno da mesma forma? Na prática, não é bem assim que funciona. Além do esforço ser excessivo ao utilizar os eletrônicos – devido à distância e à luz dos aparelhos, que forçam a musculatura –, o que acaba acontecendo também é que é um esforço ininterrupto.

As crianças geralmente não têm paradinhas de descanso para fazer outra coisa quando estão jogando. Por isso, as telas acabam sendo muito mais prejudiciais do que uma atividade de desenho ou pintura, que também é uma ação de perto, por exemplo.

Como afetam?

Não há dúvida que os cenários virtuais são construídos para serem imersivos. Basta deixar um aparelho eletrônico com a criança e você perceberá como ela ficará mais paradinha e quieta. É graças a essa atenção constante que as telas exigem, que a lubrificação dos olhos fica prejudicada. Estudos indicam que piscamos cerca de 40% menos quando estamos concentrados em uma tela.

Em consequência, o olho poderá ficar mais seco. Além disso, o próprio esforço excessivo da musculatura contraída por muito tempo vai levar a reclamações de: olhos vermelhos, dores de cabeça e cansaço.

A criança começa a apertar os olhos para olhar de longe (início do sinal de uma miopia). A miopia foi considerada uma epidemia pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2021.

Em janeiro de 2021, uma pesquisa conduzida na China e publicada na revista científica JAMA Ophthalmology acompanhou cerca 123 mil crianças entre 2019 e 2020. No primeiro ano, 5% das participantes de 6 a 8 anos apresentavam o distúrbio. Já no ano seguinte, a taxa no mesmo grupo cresceu para 21%, um acréscimo de quase quatro vezes no índice.

Tempo de exposição?

Para desconfiarmos se o pequeno está exagerando no uso das telinhas, basta os responsáveis prestarem atenção no comportamento do filho. Além dos sintomas de relação direta, a criança com muito tempo de tela vai acabar brincando menos e passar pouco tempo praticando esportes e outras atividades.

Pelas recomendações da Academia Americana de Pediatria, há um limite máximo de interação com as telas, mas o oftalmologista orienta que o tempo de exposição não seja contínuo. Após 20 minutos, por exemplo, é bom que a criança tenha um descanso.

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