Sexta-feira, 22 de Novembro de 2024

Home Saúde Saúde na terceira idade: especialista gaúcha ressalta a importância da socialização

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As baixas temperaturas do inverno são um convite para que as pessoas fiquem mais reclusas, aquecerem-se e buscarem conforto em seus lares. Contudo, manter práticas que estimulem a interatividade com outros indivíduos é fundamental para a saúde mental e evitar doenças. Isso vale para os idosos.

“A solidão e a ausência de atividades básicas do dia-a-dia que nos estimulem a conviver com os nossos pares são um fator de risco importante que pode e deve ser considerado quando avaliamos a rotina de uma pessoa idosa” defende a médica Paula Dutra, do departamento de geriatria de um residencial do segmento em Porto Alegre.

Ainda segundo ela, a interação social é aspecto motivador da estimulação cerebral: “Manter a mente ativa por meio de conversas e histórias compartilhadas com outras pessoas ajuda a retardar déficits cognitivos”.

Depressão e piora na qualidade do sono são algumas das consequências naturais da falta de atividades de cunho socializante. “Conviver com outras pessoas pode significar maior suporte emocional e mais oportunidades para socialização”, resume a especialista.

Preocupação mundial

Já no final do ano passado a Organização Mundial de Saúde (OMS) alertava para o fato de que a solidão é capaz de aumentar em 25% o risco de morte, em 50% o de demência e em 30% o de doenças cardiovasculares. A entidade criou então a Comissão de Conexões Sociais, a fim de elevar o tema ao status de prioridade global e propor soluções.

Entre as pessoas a partir dos 60 anos, esse cuidado é ainda mais urgente. Afinal, os efeitos precisam ser minimizados o mais depressa.

Se por um lado a solidão traz essa preocupação, por outro, a atividade e a interação social trazem resultados significativos na direção oposta. Um estudo conduzido pela revista científica norte-americana “PLoS Medicine” junto a mais de 30o mil indivíduos aponta que pessoas com relações sociais ativas aumentam em 50% a chance de viver por mais tempo e com melhor qualidade.

As consequências para o corpo e a mente com a socialização são comparáveis, por exemplo, aos benefícios de se deixar o cigarro. Por outro lado, a falta de relações sociais pode ser equiparável ao desenvolvimento de fatores de risco graves à saúde, tais como obesidade e doenças cardiovasculares.

Dicas de socialização

– Relacionamento com idosos de interesses em comum (leitura, passatempos, hobbies).

– Realização de atividades físicas (de preferência ao ar livre, quando possível e seguro).

– Interação com familiares.

– Promoção de eventos voltados para os interesses desta faixa etária (festas, bailes, jogos).

– Criação e uso de ambientes favoráveis à interação social (pátios, jardins, espaços para conversas ou filmes).

– Estímulo à responsabilidades de acordo com suas possibilidades (cuidar de alguma planta, fazer um prato, praticar alguma ação voluntária para ajudar alguém, organizar suas fotografias).

– Realização de passeios a ambientes como shoppings, praças, lugares novos.

Benefícios

– Melhora da saúde física, mental e emocional.

– Maior autoconfiança e autoestima, com maior independência e senso de pertencimento.

– Reforço da sensação de autonomia e responsabilidade.

– Melhora da cognição e atividade cerebral.

(Marcello Campos)

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