Sexta-feira, 13 de Dezembro de 2024

Home Política Senado derruba cobrança de “imposto do pecado” sobre armas

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Nessa quinta-feira (12), o Senado derrubou na regulamentação da Reforma Tributária a cobrança de um imposto à parte sobre armas de fogo, o imposto seletivo, chamado “imposto do pecado”. O tributo é uma taxa criada na reforma aprovada no ano passado para ser aplicada a produtos nocivos à saúde, como cigarros e bebida alcoólica, como uma forma de desincentivo ao consumo.

A cobrança do imposto teve 33 votos favoráveis, contra 32 pela retirada. Entretanto, apesar da vitória, eram necessários pelo menos 41 votos (mais da metade do número de senadores). Também nessa quinta-feira, o Senado aprovou o texto-base da regulamentação da reforma. A votação sobre armas foi votada de forma separada. Na quarta-feira, a Comissão de Constituição e Justiça, por 16 votos a 10, já tinha derrubado a inclusão da previsão de cobrança.

O debate ficou marcado por um embate entre o relator Eduardo Braga (MDB-AM) e o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).

“O imposto seletivo era para não ter redução da carga tributária para armas e munições. Polícias militares que se presem tem seus estandes de tiros para treinar seus policiais, e não em estande de tiros particulares. Isso é feito para miliciano, para segurança privada”, afirmou Braga.

“Miliciano não compra arma em loja, senador”, rebateu Flávio Bolsonaro.

Reforma tributária

O plenário do Senado aprovou o texto-base do principal projeto de regulamentação da reforma tributária. O placar foi de 49 votos favoráveis a 19 contra. Agora, a proposta seguirá para votação na Câmara dos Deputados, que terá a palavra final.

A proposta detalha regras para a cobrança dos três novos impostos sobre o consumo criados pela reforma tributária, promulgada em 2023. Depois de um período de transição entre 2026 e 2033, cinco tributos — ICMS, ISS, IPI, PIS e Cofins — serão unificados.

A cobrança será dividida em dois níveis: federal (com a Contribuição sobre Bens e Serviços, ou CBS); e estadual/municipal (com o Imposto sobre Bens e Serviços, ou IBS). Haverá também o Imposto Seletivo (IS) – uma sobretaxa aplicada para desestimular o consumo de bens e serviços prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente.

Relatado por Eduardo Braga (MDB-AM), o texto contempla pedidos de diversos setores econômicos — como ampliação de benefícios ao setor imobiliário e redução tributária a serviços de saneamento — e ajustes acordados com o governo federal. O projeto estabelece, ainda, a taxação adicional sobre apostas; “cashback” de tributos para famílias de baixa renda; e uma trava para barrar o aumento de carga tributária.

 

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