Quarta-feira, 27 de Novembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 8 de abril de 2024
O Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos no Estado do Rio Grande do Sul (Sincodiv) em colaboração com a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) apresentou, nesta segunda-feira (8), um panorama das vendas de veículos no Rio Grande do Sul no primeiro trimestre de 2024, que foi positivo.
Apesar de uma década marcada por perdas significativas no volume de vendas, o setor da distribuição enxerga os dados deste ano como um sinal encorajador. Em 2013, o mercado gaúcho registrava uma média mensal de vendas de 27 mil unidades em todos os segmentos. Em 2023, essa média havia diminuído para 14 mil unidades comercializadas, resultando em uma perda acumulada de quase 300 mil unidades ao longo da última década.
De acordo com as entidades, vários fatores contribuíram para essa transformação, como as altas taxas de juros, a restrição de crédito, uma nova cultura de compartilhamento, a entrada de novos players no setor de mobilidade, as mudanças nos padrões de consumo das novas gerações, a evolução do conceito de veículos básicos, o cenário político do RS e a redução do poder aquisitivo da classe média.
Ao analisar o primeiro trimestre de 2024, o setor de veículos novos registrou um crescimento de 11,60%, totalizando 39.567 unidades comercializadas, abrangendo automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus, motos e implementos rodoviários. Em relação ao mês anterior, março apresentou um aumento de 19,61% nas vendas, porém, comparado a março de 2023, registrou uma pequena queda de 1,65%, justificada pelo menor número de dias úteis, em função do Feriado de Páscoa.
Na avaliação por segmentos, o setor de implementos rodoviários se destacou com um crescimento de 36,06% no trimestre, oferecendo uma alternativa importante para o modal rodoviário, especialmente diante dos altos valores dos caminhões modelo Euro 6, que estão em vigor desde 2023.
Os autos e comerciais leves fecharam o trimestre com 25.151 unidades comercializadas, representando um crescimento de 14,93% em relação ao mesmo período do ano anterior. No entanto, em comparação com março de 2023, o crescimento foi de 2,72%.
O setor de caminhões ainda enfrenta uma queda de 10,87% no trimestre, com 1.853 unidades vendidas. Em março, foram vendidos 634 caminhões, registrando um aumento de 14,44% em relação a fevereiro, mas acumulando uma queda de 24,61% em comparação com março de 2023.
O segmento de ônibus apresentou uma queda de 38,87% no trimestre, mas, somente em março, as vendas já registraram um crescimento de 30,36%. Com o ano eleitoral em curso, a expectativa do setor é de uma movimentação positiva neste segmento ao longo de 2024.
O segmento de duas rodas acumula alta de 9,7%. Nos primeiros três meses do ano, foram comercializadas 8.693 unidades contra 7.924 em 2023. Segundo o sindicato, este é um segmento bastante impactado pelo setor de crédito, visto que a maior parte das vendas está relacionada a baixas cilindradas. Em março, as vendas de motocicletas tiveram um incremento de 11,38% se comparado a fevereiro, mas em relação a março do ano passado o número é negativo, com queda de 8,7%.
As expectativas das entidades para o ano de 2024 incluíam um crescimento de 10% nos emplacamentos, mantendo um índice otimista com base nos esforços da indústria e da distribuição de veículos em promover negócios no estado.
“Continuo acreditando no crescimento do setor para o ano de 2024. Vemos com otimismo a retomada de segmentos como autos e comerciais leves, que apresentaram crescimento superior aos índices nacionais, que nos faz acreditar na possibilidade de um crescimento ainda maior do que os 10% previstos para o ano, podendo chegar a 11,5%, em se concretizando uma redução da taxa Selic e uma taxa de juros menor, que irá fomentar negócios no setor”, diz Jefferson Fürstenau, presidente das entidades.
O presidente ressalta que, em 2023, o setor se beneficiou do incentivo do pacote do governo nos meses de junho e julho, o que contribuiu para aquecer as vendas que vinham declinando significativamente. Entretanto, há uma preocupação com a perda de competitividade do RS em relação a outros estados da federação. Em 2024, o RS caiu para a 8ª colocação no ranking nacional, ficando atrás de estados como São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná, Bahia, Santa Catarina e Goiás.
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